30 Apr 2024


O ativo eleitoral das primeiras-damas

Publicado em Editorial
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   A ex-primeira-dama do país, Michelle Bolsonaro, tomou posse na terça (21), como presidente nacional do PL Mulher, em cerimônia realizada em Brasília. O ex-presidente Jair Bolsonaro participou da cerimônia, por meio de videoconferência. Com o distanciamento de Bolsonaro, que está desde dezembro nos Estados Unidos, o PL tem redirecionado suas expectativas para Michelle.
  Entre os aliados do ex-presidente, já é majoritária a avaliação de que Bolsonaro corre o risco de ficar inelegível até 2026. Assim, Michelle, que até então, era citada apenas como opção para concorrer ao Senado, pelo Distrito Federal, tem se tornado uma grande aposta do grupo político para capitalizar o recall eleitoral bolsonarista, ajudar a sustentar o bolsonarismo e até mesmo, se tornar a própria candidata ao Palácio do Planalto.
Se nos primeiros anos do governo Bolsonaro, a ex-primeira-dama teve gestos mais reservados e pouco espaço para falar, desde a campanha eleitoral de Bolsonaro, no ano passado, o ativo eleitoral de Michelle tem se expandido. Michelle, hoje, simboliza um protagonismo feminino, associado a um forte elo com o segmento evangélico, que pode ajudar a sustentar o bolsonarismo até a próxima disputa presidencial.
   Já a atual primeira-dama, a socióloga Rosângela da Silva, desde a campanha eleitoral do marido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), teve voz ativa e intensa participação. Foi uma das líderes da organização da festa da posse de Lula, participou da escolha da ministra Margareth Menezes para a Cultura e ocupa o Gabinete de Assuntos Estratégicos em Políticas Públicas do governo federal. Para 2026, Janja não poderá disputar a sucessão de Lula. Está inelegível devido ao fato de seu marido ocupar a Presidência da República, conforme o artigo 14 da Constituição Federal.
   Já a nível estadual, as últimas primeiras-damas não despontaram na política. Lu Alckmin, Bia Doria, Luciana Garcia contribuíram ao governo de seus maridos governadores, com trabalhos no Fundo Social de Solidariedade do Estado. Caminho semelhante, que a nova primeira-dama, Cristiane Freitas, sugere que seguirá. Ainda a conferir.
   Porém, a nível municipal no ABC há dois exemplos de primeiras-damas que entraram na política, inclusive em cargos eletivos. Carla Morando (PSDB), esposa do prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), disputou, pela primeira vez uma eleição, em 2018, sendo eleita com 89.636 votos e, em 2022, foi reeleita com 177.773 votos. Carla acompanhava o marido desde quando fora deputado estadual. Quando Morando foi eleito prefeito, atuou no Fundo Social do município e, apesar da resistência inicial, disputou a eleição e foi eleita.
   Já Ana Carolina Barreto Serra (Cidadania), esposa do prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), sempre demonstrou vontade em participar mais ativamente da política, seja ao criar o Núcleo de Inovação Social, no primeiro ano do governo do marido e prefeito Paulo Serra (PSDB), para exercer um trabalho além do Fundo Social, seja o acompanhando em todos os eventos. No ano passado, foi eleita, pela primeira vez como deputada estadual, com 198.698 votos.
   Agora, as duas primeiras-damas serão peças chaves para o futuro político de seus maridos prefeitos. Em 2024, ao findar o mandato de Serra e Morando, os dois ficarão sem cargos eletivos para atuação direta e contarão com respaldo do ativo político de, respectivamente, Ana Carolina e Carla, que deverão continuar a pavimentar caminhos para o entorno de Serra e Morando e, assim, assegurar a sustentação política para os seus respectivos legados.
   Tanto Serra, quanto Morando, ainda são jovens. Poderão alçar voos mais altos pelo Governo do Estado ou a Brasília, em 2026, mas, sem dúvida, a eleição mais almejada, por ambos, será a de 2028. Até lá, muitas nuvens vão passar, mas algumas perguntas ficam no ar. Quem será o candidato a prefeito? Serra rumo ao terceiro mandato ou haverá a estreia de Ana Carolina na disputa pela Prefeitura de Santo André? E, em São Bernardo? Orlando ou Carla?
   Tudo dependerá, evidentemente, das pesquisas, e dos caminhos que serão pavimentados quando Serra e Morando estiverem fora das Prefeituras.

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