30 Apr 2024

Publicado em Editorial
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   Panem et Circenses (pão e circo em latim), é uma das expressões mais famosas na Roma Antiga, por volta do ano 100 d.C. Teve origem na Sátira X do humorista e poeta romano Juvenal e no seu contexto original, criticava a falta de informação do povo romano, que não tinha qualquer interesse em temas políticos, e só se preocupava com o alimento e o divertimento.
   Assim, ficou conhecida a política do ‘pão e circo’, que nada mais era do que o modo com o qual os líderes romanos lidavam com a população. Para mantê-la fiel à ordem estabelecida e conquistar o seu apoio.
   Na época, o Império Romano tornou-se um estado rico, cosmopolita, e sua capital, Roma, se transformou no centro de praticamente todos os acontecimentos sociais, políticos e culturais. Isso fez com que a cidade se expandisse. Consequentemente, como acontece até hoje, em qualquer parte do mundo, pessoas com menos condições financeiras foram se aglomerando nas periferias de Roma, em habitações com espaço reduzido, de pouco ou nenhum saneamento básico, submetidas, na maioria, a empregos de trabalho braçal ou com pouco retorno financeiro.
   Esses ingredientes, em qualquer sociedade, são perfeitos para gerarem grandes insatisfações com o poder público. Para evitar isso, os imperadores optaram por uma solução paliativa, que envolvia a distribuição de cereais, e a promoção de vários eventos para entreter e distrair a população dos problemas mais sérios na fundação da sociedade romana. Assim, foram construídas enormes arenas, onde se realizavam sangrentos espetáculos envolvendo gladiadores, animais ferozes, corridas de bigas, quadrigas, acrobacias, bandas, espetáculos com palhaços, artistas de teatro e corridas de cavalo. A vantagem dessas práticas era que, ao mesmo tempo em que a população ficava contente e apaziguada, a popularidade do imperador entre os mais humildes se fortalecia.
   Passam-se os séculos e a política do Panem et Circenses, se propagou pelo mundo. No Brasil, em outras medidas e proporções, também não faltam exemplos de práticas que distraíssem os brasileiros dos problemas sociais. O futebol e o Carnaval são alguns exemplos.
   No ABC, a situação também não é diferente. Nunca foram realizados tantos eventos em todos os municípios da região. Há festival para todos os gostos: de Verão, de Inverno, de FoodTrucks, da Cerveja, do Morango, Churros, Chocolate, Cambuci, Gastronômico, das Nações, do Porco, da Imigração Japonesa, dos Nordestinos, dos Italianos, isso sem falar nas atrações sazonais, como as Festas Juninas, Feiras de Natal, da Solidariedade, etc.
   Todos acontecem em grandes espaços públicos, tais como os próprios Paços Municipais. São gratuitos, pois legalmente não se pode cobrar ingresso de eventos em espaços públicos, reúnem dezenas de milhares de pessoas, fomentam a economia, pois por meio de chamamento público, atraem empreendedores locais para a comercialização de comidas, bebidas e determinados produtos ou artigos. Ainda promovem a arrecadação solidária de alimentos, roupas usadas e até ração para pets. Muitas destas atrações ainda trazem grandes estrelas da música atual brasileira, ou artistas locais. Tudo, sem o gasto do dinheiro público. Há sempre parcerias com a iniciativa privada.
   Se antes o ABC era carente de atrações de entretenimento, agora, quase que a cada final de semana, a população possui uma opção para se entreter. Sem dúvida, o lazer é fundamental, mas a população não pode se atentar tão somente à diversão.

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