26 Apr 2024


Como se perde uma eleição

Publicado em Editorial
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10/11/12

Como se perde uma eleição

Um político experiente e com muita vivência em campanhas, nas conver-sas reservadas com os amigos sobre eleições municipais, costuma resumir a atuação de um prefeito em duas atividades: 1) cuidar da cidade e 2) cuidar do Caixa 2. No entanto, faz a ressalva seguinte: os que invertem essa ordem não conseguem se reeleger. Isso pode parecer, no dia-a-dia, uma brincadeira de mau gosto ou uma utopia. Pode ser. Mas, tem um fundo de verdade por causa da atuação dos políticos quando estão no poder;  ou melhor, quando sentam, pela primeira vez, na cadeira do poder. Enfim, como dizem os letreiros de filmes exibidos nos cinemas, qualquer semelhança como o texto abaixo será mera coincidência.


Em Santo André, o prefeito Aidan Ravin, quando tomou posse em janeiro de 2009, tinha pela frente uma enorme chance de se tornar uma nova liderança na cidade, porque os políticos, até então com curral eleitoral em Santo André, estavam no fim de carreira ou então tinham falecidos. O campo estava livre para uma nova liderança política. Um jornalista, que visitou o prefeito, semanas após sua posse, depois de um chá de cadeira de duas horas, juntamente com outro amigo, abordou o assunto com o chefe do Executivo, quando foi chamado ao gabinete. Enfatizou que isso seria decorrente do resultado natural de uma boa administração. Evidentemente, que não adiantou nada, pois o que tomava espaço na cabeça do novo prefeito era a estrondosa vitória sobre o PT, que depois de 12 anos deixava a prefeitura. Naquela eleição, Aidan subiu de 81,1 mil votos no primeiro turno para 214,8 mil no segundo turno. No dia-a-dia no comando da máquina administrativa, o prefeito não tinha o controle total sobre o secretariado, pois boa parte deles não conhecia a cidade e tinha liberdade para trabalhar. Assim, cada um não dava a devida satisfação ao “chefe”.  Alguns deles, como o secretário de comunicação e também o pessoal da área de marketing, no dia-a-dia, em quase quatro anos de mandato, não atendiam telefonemas da mídia local, pois “estavam em reunião”, “no momento, não podiam atender ao telefone”, etc. O relacio-namento azedou a tal ponto que, neste ano, até o Diário espezinhou o prefeito com o caso Semasa, por quase um mês. Outras publicações também reclamavam sobre o atendimento desse setor. Com o passar dos anos, as fofocas sobre a atual adminis-tração da cidade aumentavam a cada ano e nada foi feito para amenizar esses comentários maldosos. Tanto que o prefeito chegou sem fôlego político para disputar a reeleição. Como prefeito, sem se afastar do poder, foi derrotado no primeiro turno, pois conseguiu 135,1 mil votos, ficando atrás do candidato petista Carlos Grana, com 155,6 mil. Ora, o prefeito teve menos votos que seu adversário no primeiro turno. Isso dificultou uma reação no segundo. Aidan, era conhecido em toda cidade. Seu adversário, um político totalmente desconhecido, teve que ligar seu nome ao PT para sair vitorioso. É bom lembrar que os votos anti-PT, que aconteceu na eleição passada no segundo turno, neste ano não funcionou. Em 2008, Aidan deu virada espetacular porque era pouco conhecido como político. Agora, como prefeito, por quase quatro anos, não conseguiu virar o jogo político no segundo turno. Pois é...

 

Última modificação em Segunda, 12 Novembro 2012 11:28
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