Todos foram prefeitos em suas cidades e deixaram seus nomes perpetuados como líderes políticos locais, pois uma liderança política, evidentemente, só pode ser forjada na administração de um município. Assim, esses nomes marcaram época. Sobre o assunto, o colunista Estadão, José Roberto de Toledo, na edição de segunda (8), mostrou como chegar lá utilizando as palavras do governador de Pernambuco, Eduardo Campos: “cargo político tem de ser ocupado por quem tem capacidade, mérito, sobretudo espírito de liderança. E não por um incompetente que é nomeado somente porque tem um padrinho político”.
A maioria dos eleitores espera, mas não consegue visualizar nenhuma nova liderança. Não por culpa dos vo-tos obtidos nas campanhas eleito-rais, mas porque decepcionaram os elei-tores realizando administrações que não agradaram, em hipótese nenhu-ma, os moradores. Nos últimos oito anos passaram pela prefeitura de Santo André, João Avamileno (PT), Aidan Ravin (PTB) e agora Carlos Grana (PT); em São Bernardo, William Dib (PSDB) e Luiz Marinho (PT), em segundo mandato, e em São Caetano, José Auricchio Júnior (PTB) e, agora, Paulo Pinheiro (PMDB). Desses, quem está se destacando é o atual prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, que depois do primeiro mandato, reelegeu-se com 261,3 mil votos (65,79%), num total de 397,2 mil votos válidos. Fez uma boa administração e também vai levando sua liderança para as demais cidades do ABC e com pretensões de disputar a eleição para governador do Estado. William Dib, por sua vez, tem procurado solidificar sua liderança, mas precisa tomar cuidado, pois nas últimas eleições indicou dois candidatos a prefeito que não se elegeram. Em Santo André, o ex-prefeito Aidan tinha tudo nas mãos para ser tornar uma nova liderança. Jogou tudo pela janela e não conseguiu se reeleger mesmo estando no comando da prefeitura Perdeu para um candidato do PT, Carlos Grana, que, até então, era pouco conhecido na cidade. Grana tem tudo para firmar-se com um novo líder político na cidade, mas precisa realizar um bom governo tendo como referência a administração petista em São Bernardo. Em São Caetano, o prefeito Auricchio, depois de dois mandatos consecutivos, acreditou que era a nova força eleitoral da cidade, superando Braido e Torto-rello. Fez uma boa administração no primeiro mandato, mas no segundo era um outro Auricchio, dominado pela arrogância e imaginando que poderia eleger até um poste. Doce ilusão. Com o poder nas mãos, com mais de 200 candidatos a vereador apoiando sua candidata e com tudo a favor, Auricchio sofreu uma hu-milhante derrota na sucessão muni-cipal. O candidato vitorioso, vereador Paulo Pinheiro (PMDB), um ex-aliado, obteve 61,1 mil votos (63,3%), representando mais da metade do total de eleitores, 119,0 mil. Tem tudo para firmar sua liderança, pois é carismático, mas para isso precisa realizar um bom governo.
Enfim, o eleitorado dessas três cidades, há tempos, espera por novas lideranças políticas confiáveis.