Sobre o assunto, o jornalista Janio de Freitas, no seu artigo sob o título "Protetores do crime", na Folha de São Paulo, terça (30), abordou com muita precisão a utilização do menor na prática do crime pela bandidagem. Numa parte do texto disse que "o truque adotado pela bandidagem é inteligente. Suas ações passaram a ter, como norma, a presença de um menor de 18 anos. No caso de mau resultado final do crime, a gravidade maior do ato é atribuída ao "dimenor" e, como passaporte para o primeiro nível da bandidagem, por ele assumida. Não considerado criminoso e preso, como de fato é, mas como "apreendido" para a reeducação nos tais três anos máximos, proporciona aos criminosos "dimaior" penas muito mais leves, como coadjuvantes. E saídas da prisão muito mais cedo, com os benefícios presenteados pela lei".
A revista, por sua vez, edição 2318, quarta (24), diz que "é verdade que não há estudos que comprovem uma relação direta entre a redução da maioridade penal e diminuição da criminalidade. Mas é indiscutível que a manutenção do atual patamar aumenta o contingente de jovens potencialmente "instrumentalizáveis" por bandidos mais velhos interessados em driblar a lei". Mais adiante "o número de menores infratores triplicou em uma década: de 7.600, em 2002, passou para 22.000, em 2011. Essa explosão foi impulsionada principalmente por infratores internados por tráfico de drogas".
O pai do garoto assassinado, Valdir Deppman, em entrevista publicada nesta Folha, nesta edição, assim se expressou sobre o assunto: "a surdez de nossos legisladores federais vai, com toda certeza, se voltar conta eles mesmo, vale lembrar que o ano que vem tem eleição, e será nas urnas a resposta do povo que clama por Justiça".