A justificativa oficial para implantação da medida de proibição foi uma tentativa de reduzir os congestionamentos nos três grandes eixos da interligação do ABC. Sobre o assunto, na ocasião, o Estadão publicou um editorial sobre o mesmo assunto, abordando os efeitos da medida sobre a capital. Numa parte do trecho enfatizou que “no ABC, onde as vias internas das cidades se transformaram em rotas de fuga para os motoristas dispostos a driblar o pedágio do Trecho Sul do Rodoanel, os caminhões foram proibidos de circular num total de quase quarenta quilômetros”. Mais adiante, o comentário revela que “nos últimos dez anos, a frota da região do ABC cresceu 75% enquanto o aumento da população beirou os 8% conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), chegando a 1.413.085 veículos. Destes, 71.951 são caminhões e carretas. Na época, a cidade de São Paulo ultrapassou a marca dos sete milhões de veículos. O mais importante foi a rapidez com que nos últimos três anos a cidade incorporou um milhão de veículos à sua frota”.
Diariamente, é impressionante o total de carretas que abastecem as indústrias e o comércio locais ou então que fazem a ligação da região com o Porto de Santos. Assim, milhares de veículos pesados passam todos os dias pelas principais avenidas do ABC. Porém, num determinado período não transitaram mais nos períodos de pico. Assim, na ocasião, pelos dados estatísticos do IBGE sobre o ABC, os benefícios com a proibição aos caminhões não iriam durar muito. “Segundo especialistas em transporte, a proibição da circulação de caminhões nos horários de pico tem seu efeito reduzido por causa da grande quantidade de veículos de passeio na região. Para eles, a conclusão do Rodoanel, a construção do Ferroanel e a ampliação da malha do metrô e dos corredores exclusivos são os que efetivamente aliviarão o trânsito na região”.
Os sete prefeitos tomaram a cidade certa via Consórcio Municipal, mas posição das indústrias locais e do Sindicato de Transportes foram mais fortes em sua posições. O resultado foi que as restrições importas aos caminhões pesados nas horas de picos foram paralisadas para atender as reclamções. Os prefeitos, desse jeito, argumentaram que mais à frente as restrições iram voltar. Os meses passaram e até agora nenhuma providência pelo Consórcio. Os caminhões, como nas principais cidades européias e americanas, só circulam à noite para entregar material para as empresas, prestadores de serviços e para os lojistas. Quando as restrições serão implatadas para melhorar de vez o trânsito no ABC?