29 Apr 2024


Os políticos, agora, mancham as togas

Publicado em Editorial
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03/05/14
Os políticos, agora, mancham as togas

A esperteza de um político em cargo público, realmente, vem crescendo nos últimos anos. A cada dia, os jornais Folha de São Paulo e Estadão publicam, com detalhes, o relacionamento de políticos inescrupulosos com doleiros, contraventores e outras espécies da fauna que deseja enriquecer com o dinheiro público. Nos últimos meses, os jornais conseguiram documentos que comprovam o desvio do dinheiro público para o bolso de políticos e também para os que exercem cargos públicos.

Mas, a revista Veja, nos últimos anos, vem se destacando na publicação de casos que dilapidaram o erário público. Na semana que passou, sob o título “Raposas de Toga, a publicação, na edição 2371, revelou que “numa pesquisa, 62% dos conselheiros de tribunais de contas são políticos em fim de carreira e 20% deles respondem processo”. Com se sabe, a função, dos que ocupam uma carreira nos tribunais de contas federal e estaduais, é analisar os gastos do governo de forma a evitar roubalheiras e mau uso do dinheiro público. É responsabilidade demais. Mas, a revista mostrou que “desde que deixou o cargo de secretário do governo na gestão Mário Covas (PSDB), Robson Marinho ocupa uma cadeira no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, como conselheiro do órgão (cargo vitalício e com salário superior a R$ 20 mil mensais)”. Mas, desde 2008, “o conselheiro está sendo acusado de ter recebido suborno para favorecer a multinacional francesa Alstom e de, segundo o Ministério Público, ter US$ 2,5 milhões de dólares numa conta secreta na Suiça não foi suficiente para afastá-lo do cargo”. Marinho, há apenas um mês, começou a ser investigado pela Corregedoria do TCE-SP. Porém, continua sentado em sua cadeira no tribunal, de onde zela pela lisura dos contratos bilionários do governo paulista.
A revista, por sua vez, em levantamento inédito feito pela Transparência Brasil, mostrou que um em cada cinco dos 238 conselheiros de tribunais de contas do Brasil é alvo de processos na Justiça ou nas próprias cortes. Segundo a publicação, “a maioria dos processos é por improbidade administrativa, mas há caso de homicídio também”. Um conselheiro do TCE de Alagoas tem nas costas uma condenação de assassinato. Matou a mulher com um tiro na cabeça quando ocupava a cadeira em 1987. No Amapá, um ex-presidente, por vias ilegais, amealhou oitenta imóveis de luxo espalhados por seis capitais. No Rio, o presidente do TCE é acusado de “ter recebido R$ 20 mil para aprovação de contas de Carapebus, que havia contratado uma consultoria fictícia”.
Enfim, os políticos, em fim de carreira, perceberam que nos tribunais de contas podem continuar com suas maracutais e outras coisas mais. Essa é a realidade brasileira.

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