A novidade maior ainda é que São Bernardo, na eleição passada, elegeu cinco deputados, sendo dois federais e três estaduais. Neste ano, a cidade se superou, pois conseguiu manter dois federais e aumentou o total de deputados estaduais para quatro. O eleitorado de São Bernardo, por sua vez, prefere prestigiar os candidatos locais, por isso deu uma goleada enorme em Santo André e Mauá, que elegeram um deputado cada. Diadema que elegeu uma deputada nas eleições passadas, neste ano ninguém. Mauá fez dois deputados em 2010, Donisete Braga (PT) e Vanessa Damo (PMDB), ambos estaduais, e neste ano só emplacou um estadual, Atila (PCdoB). Santo André só elegeu Luiz Turco (PT), sindicalista, com o apoio do prefeito Carlos Grana (PT). De outro lado, o deputado federal Vanderlei Siraque (PT), que em 2010, conseguiu 93,3 mil votos, neste ano obteve 53,2 mil. Não conseguiu a reeleição.
Os números acima revelam que o eleitorado local, com exceção de São Bernardo, procura votar em candidatos de fora que só aparecem na região na próxima campanha eleitoral. Nos quatro anos que ficam na Câmara Federal ou na Assembléia Legislativa do Estado, nada fazem em benefício das cidades do ABC. Mesmo assim, os eleitores de seis cidades da região, exceção para São Bernardo, votam em candidatos que nada têm a ver com a nossa região. Para se ter uma idéia, os quatro maiores colégios eleitorais do ABC são: São Bernardo tem 573,8 mil eleitores; Santo André, 553,3 mil; Diadema, 312,3 mil e Mauá, 292,9 mil. E a pergunta é necessária: como Santo André, com menos 20 mil votos em relação a São Bernardo, elege apenas um deputado estadual, Luiz Turco (PT) com 78,6 mil votos? Quer dizer, boa parte dos votos restantes foi para candidatos de fora. Portanto, os demais municípios do ABC não podem mais fazer um papelão semelhante em eleições futuras, pois é muito humilhante eleger um deputado enquanto São Bernardo elege seis. Alguma coisa está errada, não?