04 May 2024

Publicado em José Renato Nalini
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Quando vemos ao longe alguém bem sucedido e vitorioso, tendemos a crer que não existem problemas para ele. Tudo deu certo, é um privilegiado, situação muito diferente daquela enfrentada pela maioria dos humanos. Dificuldades, vicissitudes, incompreensões e derrotas. Mas é preciso cuidado antes de julgar. Não há ser humano liberado de pagar um pesado ônus por peregrinar pelo planeta. Todos somos vulneráveis e o sofrimento faz parte da trajetória.
Penso em Hunter Biden, filho do todo poderoso presidente Joe Biden, que foi viciado em crack durante muitos anos. Quase morreu quando adquiria a droga numa Cracolândia de lá. Sua experiência é narrada no livro de memórias “Coisas bonitas” (Beautiful things), cujo título é a frase pronunciada por Beau Biden, o outro filho do presidente que morreu em 2015, vítima de um tumor no cérebro, mas que achava que a vida valia a pena. Há nela coisas bonitas.
Não se pode esquecer que Biden já sofrera tragédia anterior, com a morte da esposa e de uma filha num acidente ocorrido em 1972. O marido acabava de ser eleito pela primeira vez e sua mulher Neilia, junto com os filhos Hunter, Beau e Amy, foi comprar uma árvore de Natal. O carro que ela dirigia trombou com um trator e morreram as duas, deixando gravemente feridos os dois meninos. O juramento do senador Joe Biden foi prestado em janeiro de 1973, no hospital onde os filhos se recuperavam.
A jornada de dependência de Hunter teve início com uma primeira taça de champanhe quando ele tinha 8 anos. Hoje ele está com 51. Admite que a morte do irmão, que sempre o acompanhara na epopeia dos tratamentos, ocasionou recaída e mergulho nas drogas e no álcool. Chegou a levar a fornecedora de crack para morar em sua casa.
A postura de Joe Biden é irrepreensível como pai amoroso e decente. Exemplo de superação. Seu filho é vítima de doença, que merece tratamento, mas não é acusado de praticar infrações penais, nem é caso típico de corrupção na política.
Envolver-se com drogas, tornar-se dependente, é uma questão de saúde, não de polícia. Um dia a sensatez chegará à mentalidade dos que insistem no encarceramento. Talvez quando o fenômeno chegar mais perto e mostrar que todos os lares são vulneráveis e que cada um tem de suportar o peso de sua própria cruz.

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