A pós-graduação no Brasil tem crescido, a despeito da falta de reconhecimento de que a titulação vem se ressentindo nos últimos tempos. Uma boa notícia é o lançamento de um novo prêmio, o Jabuti Acadêmico, a partir de 2024. Vai escolher obras científicas, técnicas e profissionais.
   O curador dessa categoria é o físico Marcelo Knobel, pesquisador do Instituto de Física “Gleb Wataghin”, da Unicamp, da qual foi reitor entre 2017 e 2021.
   Existem muitas editoras que se especializam na publicação de dissertações e teses, que são milhares a cada ano. Destinam-se a ornamentar as estantes das Universidades e muito poucas delas conseguem edição acompanhada de competente e adequada distribuição.
   É tão difícil hoje publicar uma tese, que surgiram editoras especializadas na edição “ondemand”, ou seja, pode-se publicar apenas um exemplar, ou alguns exemplares, já que o livro é um objeto aparentemente em extinção, para a maior parte dos iletrados brasileiros.
   O “Jabuti Acadêmico” premiará vinte e sete categorias nas diferentes áreas do conhecimento e terá duas premiações especiais. Poderão se inscrever, sem limite de quantidade, editoras e autores de livros impressos e digitais.
   As inscrições serão abertas entre final de dezembro de 2023 e início de janeiro de 2024, ano da primeira premiação, agendada para julho.
Áreas como Medicina, Veterinária, Agricultura, Direito, Ciências Sociais, Filosofia, para os didáticos e para os não didáticos, serão contempladas pelo Jabuti. Chegou a hora de se reconhecer o trabalho das editoras universitárias, que se dedicam a publicar as obras produzidas na Universidade e que não têm espaço nas editoras que se preocupam com a edição de livros vendáveis.
   Um prêmio sempre incentiva o escritor a prosseguir nessa árdua missão de disseminar o conhecimento. E talvez venha a servir para a divulgação de obras que não chegam ao mercado, porque o brasileiro lê cada vez menos e, quando lê, não são teses nem dissertações universitárias.