A família, os amigos e a colônia italiana de São Bernardo perderam um dos mais antigos e atuantes moradores da cidade, muito conhecido por sua invejável memória e lembranças de fatos desde a infância e até quando aqui chegou. Com o seu falecimento, deixa enorme lacuna na família, a viúva Cibele, os filhos Silvia, Guilherme e Beatriz, a nora Maria Carolina, os genros Wilson e Mauro, os netos Fernando, Gabriela, Rafael e Luiza e o bisneto Arturo.
Conhecido como Ângelo, ou Nico, nasceu em Caconde aos 14 de maio de 1932, quando o casal Teresa Zanchi e Guilherme Peretto aquinhoou mais um varão, de 7 filhos, cujo nascimento ocorrido já durante o inicio do movimento constitucionalista de 1932. Portanto, a data influenciou e impregnou o nascituro com o vigor do patriotismo e a força social e política do torrão natal de Mococa, cujo lema é minha generosa terra paulista, seguido pelo nonagenário mocoquense, cidade famosa de grandes homens e mulheres realizadores.
Pois formou muitos cidadãos à altura de um grande estado e um país do futuro e certamente aqui comprovamos por sua vitoriosa trajetória pessoal e de ilibada conduta desde a sua chegada na nossa São Bernardo. Desde pequeno demonstrou aptidão para a família, para o trabalho e para os estudos, pois quando da sua matrícula no 1º ano primário, foi sozinho formalizar tal ato, demonstrando toda a sua iniciativa em tão pouca idade. Lá em Mococa cumpriu os estudos primário e secundário, quando resolveu vir para São Paulo para progredir e seguir os estudos superiores, isso no ano de 1947. Exerceu vários trabalhos. Nas voltas que o mundo dá, no Sacomã, conheceu uma moça chamada Cibele, através de sua irmã que namorava o primo, cujo pai era Diretor do Colégio São Carlos, e dai o cupido surgiu e uniu o casal em 19 de julho de 1959, casamento que completou 63 anos.
Trabalhou na Arteb, e em seguida o casal veio para São Bernardo residir na Rua José Lobo, na esquina com a Avenida Redenção, enquanto construiam a atual residência, no ano de 1962. Ingressou na Tecelagem Tognato, como engenheiro agrimensor, após ter cursado faculdade em Itatiba, com muito sacrifício, percorrendo diariamente ida e volta, mas com muita dedicação, sendo que, continuou sempre a se especializar visando a atualização técnico-profissional, e após somar 40 anos de trabalho, aposentou-se. No tempo de 63 anos de São Bernardo, granjeou muitas amizades no meio do trabalho e social, principalmente com os membros da colônia italiana, tendo ingressado na Sociedade Cultural Brasilitália logo no início, sendo atualmente o associado mais antigo, tendo participado de todas as atividades da entidade, e dela entre tantos títulos recebeu a Láurea de Homenagem no Dia do Imigrante Italiano, em 21 de fevereiro de 2018. Recebeu a Medalha João Ramalho em 1992, da Câmara Municipal de São Bernardo do Campo. Na data dos seus 90 anos, recebeu do falecido Valter Moura, Representante da Adesg, a nova carteira, pois era Coordenador, dos mais antigos. Era Vinicultor – da UVA – União dos Vinicultores Artesanais, com a observação de que o rótulo de suas garrafas de vinho ostentam o tabuleiro de xadrez da cidade de Marostica, com um cacho de uvas, pois participou da assinatura do gemellaggio em 1987, tendo lá comparecido várias vezes, e ficou aficionado com tal sistema entre as cidades-irmãs e com os relacionamentos com os italianos. Justamente com as relações internacionais do gemellaggio de São Bernardo com Marostica, comune vizinha de Vicenza, sendo o mais atuante interessado na formalização do modo cidades-irmãs, formalizado no ano de 1987, sendo que, no ano de 1991, a comune de Marostica trouxe para São Bernardo o scacchi, ou o xadrez humano, e que Beatriz, a filha caçula participou do evento para grande alegria de seu pai.
Foi um voraz leitor, com biblioteca invejável de livros em português e italiano, além de coleção de vários artigos sobre política, história, engenharia e diversos outros assuntos. A sua passagem fará muita falta para a família, amigos e para a cidade onde viveu.