29 Apr 2024


Os Museus do Vaticano - A Capela Sistina (I)

Publicado em Luiz José M. Salata
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Na época da construção do Vaticano que se iniciou em 1447, com o Papa Niccolò V, foi encomendado ao arquiteto Bernardo Rossellino o projeto da nova Basílica de São Pedro, e ao pintor Fra Angelico a decoração da capela Nicolina. Em 1471, Sisto IV ordenou a construção de uma nova capela, que seria chamada de Capela Sistina, com pinturas a cargo dos artistas Sandro Boticelli e Pietro Perugino, e mais tarde no ano de 1508, com Michelangelo Buonarroti que a repintou por ordem de Giullio II. A Capela Sistina se situa no Palácio Apostólico, residência oficial do Papa na Cidade-Estado do Vaticano, em Roma.
É famosa por sua arquitetura, inspirada no Templo de Salomão do Antigo Testamento, e sua decoração em afrescos, pintada pelos maiores artistas da Renascença, incluindo Michelangelo, Rafael, Pietro Perugino, Pinturicchio e Sandro Botticelli. A capela tem o nome em homenagem ao Papa Sisto IV, que restaurou a antiga Capela Magna, entre 1477 e 1480. Durante este período, uma equipe de pintores que incluiu e Domenico Ghirlandaio, Cosimo Rosselli e Luca Signorelli, criaram uma série de painéis de afrescos que retratam a vida de Moisés à esquerda do altar e outra sobre a vida de Jesus Cristo, à direita. Ditos painéis foram acompanhados por retratos dos Papas que tinham governado a Igreja até então, com retratos papais e da ancestralidade de Jesus. Estas pinturas foram concluídas em 1482, e em 15 de agosto de 1483, Sisto IV consagrou a primeira missa em honra a Nossa Senhora da Assunção.
Desde a época de Sisto IV, a capela serviu como um lugar tanto para religiosos, como também aos funcionários para atividades papais. Atualmente é o local onde se realiza o conclave, o processo pelo qual um novo Papa é escolhido pelo Colégio dos Cardeais. A virada do Quattrocento para o Cinquecento foi um dos momentos mais marcantes para a história da arte ocidental, quiçá mundial. A Itália, com epicentro em Florença, deu ao mundo uma tal gama de geniais artistas que parece milagrosa. Disse Goimbrich, - não há como explicar a existência do gênio, sendo preferível apreciá-lo, - tentando entender por que tantos grandes mestres nasceram no mesmo período. A Capela Sistina é um dos locais mais propícios para aquilatar a dimensão desta explosão criativa. Para a sua feitura concorreram os maiores nomes de que dispunha a Itália naquele momento. Fazendo parte da política que empreendia para o restabelecimento do prestígio e fortalecimento do papado, Sisto IV convocou a Roma os maiores artistas da Itália, tendo Florença como o centro de excelência até então. De lá e da Úmbria vieram os maiores nomes, fato que deslocaria para Roma a centralização cultural, que atingiria o ponto culminante algumas décadas depois, com a eleição de Júlio II para ocupar a Cátedra de São Pedro. Para a história da cultura o significado do projeto e construção da Capela Sistina é imenso, juntamente com as demais obras encomendadas por Sisto IV. Tal iniciativa tanto marcou o deslocamento da excelência cultural para Roma, mas por se tratar do ciclo da pintura de maior relevo da Itália no final do século XV, constituindo além disso um documento muito importante para observar as virtudes e os limites da pintura do Quattrocento. Com exceção de Ghirlandaio, os pintores que nela assinalaram seus talentos avançaram com as suas obras no século seguinte e os gênios que mudaram os rumos da pintura no período estão todos estreitamente relacionados com eles: Ghirlandaio fora mestre de Michelangelo; Rafael aprendiz de Perugino; e pelo atelier de Verrocchio passaram Leonardo, Perugino e Botticelli. Os fatos ocorridos entre o Quattrocento e o Cinquecento, marcaram um ponto final desse grande movimento pois dita geração de artistas representou a constatação da existência de uma possível crise nessa área cultural. Algo que ficará manifesto pelo fato de que tanto Leonardo como Michelangelo construíram em boa medida suas respectivas linguagens sobre a negação da deles.
A autoria do projeto arquitetônico coube a Baccio Pontelli, florentino, para a construção da capela, que era um dos responsáveis pela reformulação e revitalização urbanística que Sisto IV efetuava em Roma, tendo realizado dezenas de obras públicas. Assim, fica entendido que a existência da Capela Sistina se trata de uma obra grandiosa através dos tempos. Todavia, com avanço do sistema tecnológico será permitido aos membros da colônia italiana e ao público em geral visualizar aqui em São Paulo toda essa obra no Museu da Imagem e do Som MIS, à Rua Cenio Sbrighi, nº 250 – Água Branca, na Capital, mediante consulta através do site: rome-museum.com/br/reservas-museus-vaticano.php.
O signatário ítalo-brasileiro muito apreciador da longa história da Itália, após a biografia de Gina Lollobrigida e de Candinho Portinari, entre tantas outras menções de obras e personagens do Bel Paese - um museu aberto para o mundo, conclama a todos os apreciadores da cultura para a visualização da maior exposição imersiva já realizada no Brasil.  (Continua)

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