Na sexta, dia dois de junho, é registrado feriado nacional celebrado pelo Dia da República Italiana. A data comemora o Referendo Institucional em forma de sufrágio universal em 1946, no qual o povo italiano foi convocado às urnas para decidir a forma de governo do país, após a II Guerra Mundial e a queda do fascismo. A disputa concorreu entre a Monarquia e a Proclamação da República, e o exílio forçado dos descendentes da casa de Saboia. Com diferença marcante na apuração, a Proclamação da República foi vencedora com perto de dois milhões de votos, o que significa a grande aspiração de parte considerável dos eleitores italianos. Assim, findou a monarquia e o novo regime foi instaurado. As mulheres italianas tiveram o privilégio de, pela primeira vez, terem o direito ao exercício do voto, uma marcante conquista muito aguardada há tempos. A Constituição foi aprovada em 1º de janeiro de 1948. Na comemoração tem de ser relembrado o sofrimento e angústia dos italianos que foram submetidos pela invasão da Áustria em 1.814, e a Itália praticamente escravizada até a libertação, em 17 de março de 1861.
Assim, foi dominada por 47 anos, quando ocorreu a união dos italianos em todo o país, liderada pelo Rei Vittorio Emanuele II, de Camilo Benso – Conde de Cavour, e Primeiro Ministro, que resistiram no Piemonte, única regione não invadida pelos austríacos. De lá, comandaram a resistência e o plano de libertação com a participação de três Giuseppes, o Giuseppe Masini, pela imprensa, através do jornal Risorgimento, nome do movimento, onde pregava nos seus artigos a união dos italianos.
De Giuseppe Verdi pela música, na inesquecível apresentação da ópera Nabucco, no Teatro Alla Scala, de Milão, escrita durante a época dessa ocupação centrada na história bíblica do Rei Nabucodonosor. Por analogia suscitou naquela noite todo o sentimento nacionalista da escravidão dos judeus na Babilônia quando foi entoado o Coro dos Hebreus, no terceiro ato (Va, pensiero, sull’ali dorate). Os italianos então se consideraram na mesma situação de escravidão, cuja música tornou-se assim o símbolo do movimento de libertação, até hoje despertando muita emoção. De Giuseppe Garibaldi pelas armas e estratégias, pois unificou as duas Sicílias e assim foi rumando para o norte da Itália, com um grande exército, expulsando os austríacos. Com a Unificação da Itália, fato marcante para o país, em que pese estagnado e sem quaisquer perspectivas, demorou certo tempo até a reconstrução nacional.
Pela precária situação que passavam, quando os italianos tentavam tomar um rumo fora da terra natal, com o anseio de um rumo certo para novas pretensões. Desse modo, mediante acordo firmado entre o Imperador D. Pedro II, do Brasil, e o Rei Vittório Emanuele II, da Itália, e que eram primos, facilitou para que os dois governos concluíssem as tratativas para a emigração dos italianos ao nosso país. Disso resultou que, dentre muitas cidades das regiões do sudeste e sul, a nossa cidade de São Bernardo recebeu em meados do fim do mês de outubro de l.877, as primeiras 17 famílias, vindas no navio Sud América, para ocupação dos Núcleos Coloniais, formados justamente para esses fins. A influência da imigração italiana no progresso e desenvolvimento da Vila de São Bernardo é marcante e indiscutível, pela força do trabalho adotado em todos os aspectos da vida social, cultural e estrutural, recebendo assim grande impulso pelos italianos no decorrer de então, pois foram conquistando os espaços na vida cotidiana.
Atualmente, em nosso país os italianos e descendentes vivem a expectativa de novos tempos na terra dos seus antepassados e sempre entusiasmados, na busca de inovações no trabalho e na vida familiar, o que em muito contribuíram com o refrão – Dio, famiglia, lavoro. O Embaixador da Itália no Brasil, Francesco Azzarello, tem dado toda atenção ao Cônsul Geral da Itália no Estado de São Paulo, Domenico Fornara, pois eles têm empreendido ações destinadas ao entrosamento das relações no Estado, e principalmente no dia a dia com os ítalo-brasileiros. Na Itália, a comemoração dos 77 anos da República Italiana é realizada marcante solenidade com a colocação de uma coroa de flores sob o Túmulo do Soldado Desconhecido no Vittoriano. Sem antes da conferência da parada militar a seguir formalizada e presidida pelo Presidente da República Italiana, Sérgio Matarella, em seu posto de Supremo Comandante das Forças Armadas, a Primeira-Ministra Giorgia Meloni, a primeira mulher a alcançar formalmente como Presidente do Conselho de Ministros, a Presidente da Suprema Corte Italiana, Ministra Margherita Cassano, o Presidente do Senado, Ignázio La Russa, Presidente da Câmara dos Deputados, Lorenzo Fontana, e outros oficiais de elevadas patentes e políticos que também participam do evento. As comemorações da Festa da República Italiana continuam durante a tarde com a abertura dos jardins do Palácio do Quirinal, sede da Presidência da República, com apresentações musicais da banda conjunta do Exército, Marinha e Força Aérea, Arma dos Carabineiros, Polícia do Estado, Guarda de Finanças, Corpo da Polícia Penitenciária, Corpo de Bombeiros do Estado e do Corpo Florestal do Estado. A parada se inicia com o esquadrão Corazzieri dos Carabineiros, montados ou desmontados, em frente a arquibancada presidencial na via Dei Fori Imperiali, com as honras prestadas ao Presidente da República pelo Exército Italiano tocando a primeira estrofe do Hino Nacional da Itália.
Desse modo, a parada se inicia quando a Banda Central dos Carabinieri inicia a “La Fedelissima”, sua marcha oficial liderando com o Comandante da Parada, sua equipe e escolta, seguidos pelas cores nacionais da Forças Armadas da Itália, Bandeiras da Regiões da Itália e Associações de Veteranos. A parada se encerra com um sobrevoo das Frecce Tricolore de grande admiração dos italianos com o qual o grupo aéreo exibe acrobacias da Força Aérea Italiana, criando as cores italianas no céu, verde, branco e vermelha. Auguri e congratulazioni a tutti nostri fratelli italiani.