01 May 2024

Publicado em Luiz José M. Salata
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  A pizza tem a sua história contada desde o século VI a.C., quando povos do Mediterrâneo, como egípcios e gregos, inventaram a receita de uma espécie de pão árabe com uma massa plana, bem fina e em formato de disco. O alimento tinha como ingredientes água e farinha de trigo. Com o tempo, o referido pão foi adaptado por povos de outras culturas, como fenícios e romanos que passaram a temperá-lo, cobrindo-o com óleos, ervas e verduras. Dito pão que, no futuro, seria chamado de pizza, antes chamada de picea em latim, somente chegou à Itália no século XVIII, por volta do ano de 1600, mais especificamente na província de Nápoles, na regione da Campânia, no sul do país. O pão com cobertura era vendido na rua e conhecido como prato dos pobres, por ser barato.
   A pizza italiana popularizou-se por ser simples e rápida de fazer, cuja massa é formada por farinha, azeite de oliva, sal e fermento. Uma das curiosidades é que a farinha é feita à base de trigo puro batido em um pilão de pedra e o molho de tomates frescos e o queijo são colocados sobre a massa e são os itens que completam a base das receitas de pizza italiana. Quando pronta, a pizza é colocada em uma forma e, depois, é assada em um forno a lenha.A pizzaria mais antiga do mundo chamada inicialmente Antica Pizzeria Port’Alba e foi inaugurada em 1738, em Nápoles, na Itália, fundada pelo proprietário, Pietro Colicchio, que a chamou de “ Pizzeria di Pietro e basta cosí”, como o próprio nome diz: Pietro’s Pizzeria e chega, que se tornou bastante famosa. Pietro Colicchio, sem filhos ou irmãos, já perto de morrer vendeu o negócio a Enrico Brandi, que o repassou a sua filha Maria Giovanna Brandi e o marido, o famoso Raffaele Esposito, cujo restaurante existe até hoje com o nome de Pizzerie Brandi, localizada na Salita Sant’Anna di Palazzo, 2 (esquina com a Via Chiaia), na região dos teatros. Os frequentadores de teatro comiam pizza antes de ir para o espetáculo e, após as apresentações, os membros das companhias de teatro iam para jantar. Ao que parece, Raffaelle era um piazzaiolo e tanto. Por isso, ele foi escolhido para satisfazer o desejo da rainha Consorte Margherita de Sabóia e o Rei Umberto Primo, em uma viagem para Nápoles na Itália, e que estavam alojados no Palácio Capodimonte. A rainha Margherita que era muito conhecida e admirada pela população por ter fundado instituições culturais, participava de trabalhos voluntários sociais, praticava muita caridade em hospitais, orfanatos e outros locais onde o povo necessitava. Fundou a primeira biblioteca para cegos na Itália, em Florença, em 1892, e a trabalhar com a Cruz Vermelha durante a primeira guerra mundial, a qual ela se opunha veementemente.
   O casal real queria provar as famosas pizzas da região para tentar harmonizar a tensão com os cidadãos do sul, descontentes com a Unificação da Itália. Os historiadores contam que a rainha, cansada da culinária francesa gourmet, que era popular entre os membros da realeza de toda a Europa na época, convocou o mais famoso pizzaiolo de Nápoles, Raffaele Esposito, para que lhe preparasse três tipos de pizza diferentes. Dessa forma, o pizzaiolo preparou as pizzas com os ingredientes que tinha à disposição e típicos de Nápoles. Primeiramente fez três receitas e, por fim, uma com molho de tomate, muçarela e manjericão, pizza que a rainha mais gostou foi esta que tinha as cores da bandeira italiana (vermelho, branco e verde). Então, ela escolheu esta pizza não se sabendo se por causa das cores ou pelo sabor, mas certamente ficou animadíssima. O sucesso da receita foi tão grande que recebeu o nome de Pizza Margherita, presente na maioria das pizzarias pelo mundo até hoje, seguindo a tradição de massas mais finas, leves e crocantes, dando à tradicional Pizza Real uma deliciosa base para combinação dos demais ingredientes. Uma carta do chefe dos serviços de mesa da Casa Real, ainda exposta na Pizzeria Brandi, agradece ao piazzaiolo napolitano por satisfazer os gostos de Sua Majestade, Rainha Margherita, especialmente aquela pizza com tomate, manjericão e muçarela. Essa pizza, preferida por muitos italianos e por descendentes e saboreadores do mundo todo e se trata da mais popular.
   A forma de fazer pizza agora é lei na Itália, pois em 1982, foi fundada em Nápoles, na Itália, por Antonio Pace, a Associação da Verdadeira Pizza Napolitana, (Associazione Verace Pizza Napoletana, em italiano) com a missão de promover a culinária e a tradição da pizza napolitana, defendendo, até com certo purismo, a sua cultura, resguardando-a contra a “miscigenação” cultural que sofre a sua receita. Com estatuto preciso, normatiza as suas principais características. Não se pode olvidar o termo “ tudo acabou em pizza”, pois em reunião realizada na sede do Palmeiras, diante das dificuldades para a finalização de acordo de certo assunto, resolveram lá encerrar a árdua discussão com divergências. Passando a reunião para a degustação de pizzas regadas a vinho em restaurante no bairro do Bixiga, quando após várias rodadas conseguiram, quem sabe por isso decorrente das discussões menos acaloradas, chegaram a um ponto comum com o acerto da demanda de maneira positiva, ficando encerrada a polêmica. Com isso, o jargão ficou popularmente conhecido e com a lembrança das pizzas salvadoras das discussões. E via a pizza.

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