Em relação à área metropolitana de São Paulo, o corte nos empregos foi quase quatro vezes maior que o efetuado em todas as fábricas. Tudo isso porque, no ABC, estão instaladas as indústrias dos setores mais afetados pela crise econômica mundial, como o metalomecânico, que concentra fornecedores e fabricantes de máquinas para escritório, autopeças, máquinas e equipamentos e também metalúrgicas em geral. As informações são de pesquisas realizadas pelo Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), abordado em matéria publicada pelo Estadão, no domingo (3).
Outra razão para a crise, apontada pelo Estadão, é que “as empresas da região apostaram que a substituição da política de contenção por incentivos ao crescimento da atividade econômica, adotada pelo governo no segundo semestre de 2011, resultaria em aumento de demanda e iria acelerar as contratações. Como o crescimento econômico não se confirmou no primeiro trimestre de 2012, as empresas demitiram um número de trabalhadores maior do que haviam contratado”.
E agosto de 2011, começou o movimento de contratações, porque o governo federal iniciou a reversão da política econômica e contenção, com a finalidade de retomar o crescimento da atividade por meio da redução de juros e ampliação do crédito. O emprego industrial cresceu, abrindo 40 mil vagas no ABC. Em dezembro, o pico foi considerado fora do normal. Por isso durou pouco. Para Alexandre Loloian, coordenador de análises de pesquisa da Fundação Seade, “foi criada uma expectativa irreal e a ocupação cresceu muito. Chegou ao primeiro trimestre de 2012 e deu aquela capotada, porque não se confirmou a retomada”. Em março, 58 mil vagas, mais de 18 mil das abertas, tinham sido eliminadas. O setor metalomecânico, que abrange 58% da ocupação na indústria do ABC, tinha fechado 33 mil postos de trabalho em 2012. Uma das perdas foi o fechamento da Mangels, em São Bernardo.