O Programa Recicla Diadema tem gerado oportunidades para os mais jovens ingressarem no mercado de trabalho

Lançado em outubro de 2022 pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Serviços Urbanos, o objetivo do programa é impulsionar a coleta seletiva porta a porta em toda a cidade. A partir da consolidação da atividade, as cooperativas de material reciclável, parceiras na iniciativa, têm aumentado a força de trabalho para dar conta da demanda.

No caso da Cooper Fênix, localizada no Taboão, neste município, foi necessário agregar cinco novos associados. E há uma coincidência entre quatro deles: todos são jovens, na faixa dos 20 anos.

Com seu jeito mineiro de ser, a sorridente Mariane Moreira das Flores Silva, de 22 anos, é a mais recente contratada do grupo. “Nasci em Minas Gerais, mas cresci e vivi sempre aqui em Diadema”, explica. Solteira e com um filho de 5 anos, ela estava desempregada. A jovem explica que, na Cooper Fênix, o ofício é aprendido na prática, trabalhando. “Assim que pintou a chance, aceitei. Estou muito contente com essa oportunidade de trabalho. Prometo aprender bem o serviço para ajudar o grupo todo”, disse Mariane.

Outra recém-cooperada é Jennifer dos Santos Castello, de 28 anos, mãe de dois filhos. Ela comemora o fim do desemprego. “Eu nunca havia trabalhado antes com reciclagem, por isso achei tudo muito diferente, mas já estou aprendendo e melhorando o meu serviço de triagem e separação de materiais”, disse.

Logo que a Prefeitura lançou o Programa Recicla Diadema, em outubro passado, em parceria com as cooperativas de catadores, a Cooper Fênix acreditou e apostou no crescimento do negócio e decidiu, coletivamente, que precisaria agregar mais cooperados.

Na ocasião, o primeiro a ser agregado foi Jhones Lopes Pereira, de 21 anos, o mais jovem da nova equipe. Com ensino médio completo, ele tem planos de retomar os estudos e fazer um curso superior, mas ainda não se definiu quanto à área. “Depois que passei a trabalhar com reciclagem minha visão mudou. Agora, vejo tudo bem diferente de antes. Já aprendi que resíduo não é lixo e que pode ser reciclado e gerar trabalho e renda”, ensina Jhones.

Sobre os pontos altos desses primeiros meses de cooperado, Jhones disse que aprendeu a operar a prensa com segurança e atenção. Além disso, ele adorou participar do encontro internacional Expo Catador, promovido pelo MST, no final do ano. “Eu fiquei encantado com a parceria e união de todos e também o carinho e consideração com que fomos tratados no evento”, destacou.

Também com ensino médio completo, Matheus Sirqueira, de 24 anos, deixou para trás o desemprego e passou a reforçar o time da Cooper Fênix e, com isso, mudou o seu modo de pensar e viver. “Já aprendi coisas boas como trabalhar de modo integrado, cooperado e com mais união. Minha consciência evoluiu e aprendeu a valorizar a limpeza da cidade. Hoje em dia não jogo mais fora qualquer material reciclável”, afirmou Matheus.

Devido ao crescimento dos negócios a partir do sucesso do Recicla Diadema, a Cooper Fênix quer ter pelo menos dois motoristas habilitados entre os cooperados. Então, como o Matheus adora dirigir, mas ainda não tem habilitação profissional, o plano dos cooperados é bancar os custos disso para que ele possa fazer também as funções de motorista do grupo.

A mais vivida e experiente da turma é a Valdirene Venceslau de Almeida, 44 anos, que mora com três filhos, sendo dois deles ainda pequenos. Com a garra típica de uma nordestina da Paraíba, ela conta que foi catadora de papelão pelas ruas durante 15 anos. “Foi exatamente naquela época que eu conheci a Cooper Fênix porque comercializava com eles aquilo que eu recolhia na região do Jardim Marilene. Estou gostando muito e está sendo uma experiência muito positiva trabalhar coletivamente”, contou Valdirene.

Foto: Dino Santos / PMD