O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) está desenvolvendo um estudo de viabilidade técnica e econômica que poderá dar um novo destino ao biogás produzido no Aterro Sanitário Municipal de Santo André, tanto para a produção de combustível quanto de energia. 

 O biogás é gerado no aterro com a decomposição biológica da matéria orgânica dos resíduos sólidos, por meio da ação de bactérias. Esse processo de decomposição resulta na produção do chorume e de alguns gases, sendo majoritariamente o metano (CH4), seguido do dióxido de carbono (CO2).

 Os gases são captados por meio de drenos horizontais e verticais, que os encaminham para flares, equipamentos responsáveis pela queima controlada do biogás. A queima converte o metano em dióxido de carbono, que é 21 vezes menos poluente.

 Ao promover um novo destino ao biogás, em vez de desperdiçá-lo com a queima, Santo André conseguirá utilizar o potencial energético do metano para a geração de calor e de energias elétrica e veicular, diminuindo o lançamento de gases de efeito estufa. “É uma preocupação da cidade com o aquecimento global, que provoca aumento da temperatura, acelera o derretimento das calotas polares, amplia o nível do mar, traz escassez de água, agrava problemas de saúde, afeta todo o ecossistema, entre outros danos”, explica o superintendente adjunto do Semasa, Edinilson Ferreira dos Santos.

 A análise do biogás ocorre por meio do projeto ‘Do Sólido ao Gasoso – Descobrindo as rotas finais dos resíduos sólidos urbanos’, iniciativa desenvolvida pelo Semasa com recursos do Fumgesan (Fundo Municipal de Gestão e Saneamento Ambiental), que é vinculado à autarquia e tem como objetivo destinar verba para projetos de interesse ambiental.

 Além de reduzir o lançamento de gases de efeito estufa na atmosfera, outras vantagens de reaproveitar o biogás são: produzir energia renovável, diminuir custos com o uso de energia convencional e substituir combustíveis derivados de petróleo (gasolina e diesel), contribuindo para a despoluição do meio ambiente e melhoria da qualidade de vida. O estudo de viabilidade técnica e econômica será concluído ainda neste primeiro semestre.

O Aterro Sanitário Municipal de Santo André recebe, por mês, mais de 18.300 toneladas de resíduos sólidos. Aberto em 1986 e operado pelo Semasa desde 1999, a projeção é de que tenha mais cinco anos de vida útil.