02 May 2024


Emicida encerra Congresso em Diadema

Publicado em Cidades
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O último dia do Congresso Municipal de Educação PPP Participativo: Caminhos de Construção da Justiça Curricular, em Diadema, teve a participação do rapper, compositor, produtor musical e desenhista Emicida compôs a mesa de diálogo “Por uma escola democrática, inclusiva, antirracista e promotora de saberes, cuidado e justiça social”. Junto com a prefeita em exercício Patty Ferreira, a secretária de Educação Ana Lucia Sanches e a diretora do Departamento de Educação Popular Evelyn Cristina Daniel, Emicida falou sobre a sua trajetória escolar, sobre educação antirracista, sobre seu trabalho e sobre como uma professora atenta salvou a sua vida.

Ana Lucia destacou que o Congresso, que teve início no dia 22 de fevereiro, foi marcado por momentos emocionantes, palestras, diálogos e falas que buscaram entender o que é justiça curricular e como ela pode combater as desigualdades. “Paulo Freire, que já esteve na nossa cidade em congressos anteriores, nos ensinou que o amor é o elo que compõe um ciclo e é com amor que a gente quer construir a educação dessa cidade.” A prefeita em exercício Patty Ferreira afirmou que tem certeza que o Congresso vai ficar no coração de todos. “Pela representatividade, pela união, por tudo que vimos aqui em todos esses dias”, concluiu.

Leandro Roque de Oliveira, mais conhecido como Emicida, era um garoto preto que vivia em uma periferia na Zona Leste de São Paulo. Perdeu o pai aos 6 anos e um ano depois ingressou no ensino fundamental. “Essa foi a minha primeira grande tragédia. E aí na escola eu me dei conta disso quando chegou o primeiro dia dos pais e todo mundo tinha para quem entregar um cartão e eu não”, relembrou. “O que eu vivia fora da escola me fazia não ter vontade de ir para a escola. Mas foi graças a uma professora, Rita de Cássia, que percebeu que eu amava quadrinhos e que passou a me ensinar tudo por quadrinhos, que hoje estou aqui”, completou. A diretora de Educação Popular Evelyn Cristina Daniel usou o exemplo de vida de Emicida para destacar que não é o estudante quem tem que se adequar à escola. “Qual é a caixinha que a gente tem que quebrar, qual é a conexão que a gente tem que fazer para acessar esse estudante”, refletiu a educadora.

“Educar é plantar uma semente e fazer uma aposta. Você rega, aduba, torce para o tempo ser bom. Foi isso que essa professora fez comigo”, pontuou Emicida. “E um país que não valoriza os seus docentes, que são quem cuidam dessas sementes, não têm nada no seu horizonte a não ser um abismo”, concluiu. Emicida destacou a necessidade urgente de uma educação antirracista como forma de combater as desigualdades. Em Diadema, desde o ano passado, os estudantes do ensino fundamental têm aulas com professores especialistas sobre história e cultura afro-brasileira e indígena, por meio do Programa Diadema de Dandara e Piatã. “O Brasil enquanto sociedade desigual já chegou ao limite. Ou a gente incorpora esses valores ou a nossa realidade vai ser saltar de tragédia em tragédia”, comentou.

O artista aconselhou que todos os jovens persigam os seus sonhos, se inspirem em seus ídolos e trabalhem sempre pelos seus objetivos. “A gente tem que ser muito teimoso. Se não for por sonho, que seja por teimosia, que seja para calar a boca de quem achou que a gente não ia conseguir fazer”, declarou. “Não existe vitória individual. A vitória tem que ser sempre coletiva, sem esquecer quem está do nosso lado”, complementou. Emicida também respondeu a perguntas, elaboradas a partir de suas músicas, feitas por estudantes da rede municipal do ensino fundamental, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e programa Adolescente Aprendiz, todos representantes dos conselhos escolares, os Conselhos Curumins. Ao final, brindou os presentes cantando três músicas. O evento de encerramento pode ser assistido pelo link https://www.youtube.com/watch?v=S7c6qA8Pss8.

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