Na definição dos dicionários especializados, “música de câmara” é aquela escrita para um pequeno conjunto de instrumentos, cada um deles tocando uma parte diferente e em geral sem a presença do regente. É música elaborada e realizada em ambiente intimista. O repertório central de câmara tem origem na Europa do século XVII e se consolidou no século seguinte, com gêneros como o quarteto de cordas e o trio com piano. Música de câmara pressupõe diálogo e equilíbrio entre cada um dos executantes.

É o vasto e diversificado universo da música de câmara que a série Cameratas, realizada desde 2015, procura levar ao público. Na temporada de 2019, o foco da programação é o piano e as múltiplas combinações possíveis dentro do universo da música de câmara – do piano solo a grupos numerosos e de formação variada.

Em agosto, o Cameratas recebe o duo de pianistas Celina Szrvinsk e Miguel Rosselini para o concerto “Piano a Quatro Mãos”. Formado em 1984, o duo pianístico Celina Szrvinsk e Miguel Rosselini é reconhecido como um dos mais destacados do país, com apresentações nas principais séries e salas de concerto do Brasil. No exterior, apresentaram-se na Alemanha, Suíça, Itália, Canadá, Rússia e Japão.

No palco, o duo pianístico executa obras escritas para dois músicos em um mesmo piano, como a “Sonata K.381 em ré maior”, de Mozart, “Três Danças húngaras”, de Brahms, entre outras.

Celina e Miguel também atuam como solistas de orquestra e integram diversas formações camerísticas. Os artistas concluíram o mestrado e doutorado na StaatlicheHochschulefürMusik Karlsruhe, na Alemanha, e possuem dois CDs gravados bem recebidos pela crítica.

Desde 1985, pertencem ao quadro docente da Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais, sendo muitos de seus alunos destacados musicistas e professores. Paralelamente às atividades artísticas e de ensino, Celina e Miguel desenvolvem ainda intenso trabalho como produtores em Belo Horizonte.

 Obras escritas para dois intérpretes num mesmo piano fazem parte da história da música há muito tempo. Existem peças inglesas para teclado a quatro mãos do início do século XVIII, mas as primeiras grandes obras do gênero são as sonatas de Mozart e Schubert. Schumann e Brahms, já no século XIX, trouxeram grandes contribuições ao gênero, bastante praticado também no século XX.

Um dos motivos apontados para o aparecimento de obras a quatro mãos pouco tem a ver com a música em si: houve um tempo em que as oportunidades de aproximação entre jovens de sexos opostos eram bem mais limitadas e tocar a quatro mãos no mesmo instrumento oferecia uma chance de aproximação física.

Outro motivo tem a ver com questões da prática musical: é possível, a quatro mãos ou a dois pianos, apresentar de forma fidedigna quase todo repertório escrito para orquestra. Antes da existência de gravações, esse tipo de redução poderia ser útil tanto para escutar esse repertório sinfônico na intimidade do lar, quanto para fazer demonstrações de peças sinfônicas ou ainda ensaios de balés e óperas.

Piano a Quatro Mãos, com Cristian Budu

Domingo (25) de agosto, às 12h.

Sesc Santo André (Rua Tamarutaca, 302 – Vila Guiomar)

Ingressos à venda nas Bilheterias da Rede Sesc SP, nos valores de R$ 17 (inteira) e R$ 8,50 (meia-entrada). Grátis para trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo credenciados na Rede Sesc.

Telefone: 4469-1311

Informações: sescsp.org.br/santoandre