Após quase dois anos, as medidas restritivas para frear o avanço da pandemia do coronavírus, no Estado de São Paulo, na segunda (1), chegaram ao fim. Com isso, shows com público em pé, baladas, bares e eventos esportivos com 100% do público estão permitidos, sem restrição de horário. O uso de máscara e a exigência do passaporte de vacina em eventos com mais de 500 pessoas são as únicas normas obrigatórias no Estado. Assim, o setor, responsável por grande parcela da receita estadual e um dos segmentos mais afetados pela pandemia, poderá retomar as atividades. No ano passado, com os eventos suspensos por conta da pandemia, o Estado perdeu receita de R$ 7,3 bilhões. No entanto, o fim das restrições e o avanço da vacinação prometem aquecer o setor. Na Capital, estão programados 36 eventos até o fim do ano. No ABC, em novembro e dezembro, estão programados mais de 50 eventos, sendo 1 em Santo André, e 49 em São Caetano.

Walter Dias, proprietário da Agência Maker, responsável por grandes shows e eventos no ABC e na Capital, afirma que existe uma expectativa muito grande para essa retomada. “Não só do mercado, mas principalmente do público que consome entretenimento que está extremamente carente em relação a estes eventos”, diz. Uma pesquisa do Datafolha em parceria com o Itaú Cultural, feita em junho, deste ano, mostrou que 42% dos entrevistados já vinham sentindo muita falta das atividades culturais presenciais e 51% pretendiam retomar as atividades culturais fora de casa quando a rotina voltasse ao normal. Segundo Walter, a Agência Maker foi criteriosa e decidiu não realizar nenhum evento até que o Estado estivesse em uma fase mais flexível e com a vacinação já avançada. Para este ano, a agência irá promover dois grandes eventos no ABC. “Acredito que teremos um ano de 2022 com o mercado extremamente aquecido, porém isso não será suficiente para recuperar todo o prejuízo causado durante a pandemia”, completa o empresário.

Dárcio França, à frente da Youp, presente no mercado de eventos há mais de 20 anos, sendo responsável por grandes atrações como o “Dia D” em Santo André, X Games Brasil em São Paulo e o Red Bull X-Fighters em Brasília, acredita que a retomada pelo ponto de vista da demanda será grande. Porém, é preciso ponderação. “O mercado de eventos é muito bom, mas ao mesmo tempo muito sensível. Pequenas oscilações, seja na política, economia ou saúde, por exemplo, causam grandes impactos neste mercado. As tomadas de decisões precisam ser rápidas e assertivas, sempre com o olhar no que pode acontecer antes que aconteça. No planejamento, na parte que trata sobre gerenciamento de crises, mais um item foi adicionado, o da pandemia”, afirma o executivo. Para Dárcio, trabalhar com eventos é algo extremamente gratificante. “Gerar experiências para que as pessoas possam compartilhar momentos de alegria é uma grande recompensa”, completa.

O proprietário da Veloso Produções, Ricardo Martins, compartilha da mesma sensação de produzir um evento e afirma ser “muito gratificante” poder retomar as atividades. Martins, junto com a Secretaria de Cultura de São Bernardo e a empresa Base 2, promove, neste mês, no Paço Municipal de São Bernardo, o Oktobeers Fest. A festa típica alemã trará estandes com comidas típicas alemãs e mais de 100 rótulos de cerveja. De acordo com Martins, mais de 250 expositores participarão do evento que irá gerar mais de 100 empregos diretos. O investimento foi de R$ 300 mil e deverá atrair cerca de 40 mil pessoas nos seis dias de eventos.

"Dia D", em Santo André, promovido pela Youp