Wilson Roberto Davanzo, presidente da Sociedade Cultural Ítalo-Brasileira, em entrevista exclusiva, conta sobre a importância do Dia do Imigrante Italiano (21 de fevereiro), instituído em 2008, e que refere-se à 1874, data da primeira expedição de imigrantes. Ainda revela que em breve, a entidade fará a colocação na sede da lápide que se encontrava na antiga sede, que foi oferecida em 1969 pela Associação dos Ex-Combatentes da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) em homenagem aos italianos que defenderam o seu País. Confira.

Folha do ABC - Neste domingo (21) de fevereiro, é celebrado o Dia do Imigrante Italiano. Qual a importância da data para o País e para o ABC? Quantos descendentes de italianos a região possui?

Wilson Davanzo - A data em comemoração ao imigrante italiano foi instituída através de lei em junho de 2008 e passou a ser comemorada em todo território nacional. Esta data, 21 de fevereiro, refere-se  à primeira expedição de imigrantes organizada por Pedro Tabacchi em 1874, trazendo 386 famílias para trabalhar em suas terras localizadas no Estado do Espírito Santo. Na verdade, o fluxo de imigrantes iniciou-se antes disso, entre 1850 e 1860. Foi o início da imigração de um povo que veio a contribuir de maneira significativa na nossa cultura e desenvolvimento econômico. Não tenho dados seguros de quantos descendentes de italiano temos na nossa região especificamente, mas sabemos que no Brasil são cerca de 30 milhões de descendentes.

Folha - A Itália originou o maior movimento migratório internacional da história do Brasil. Como o senhor avalia este fato? Os primeiros imigrantes italianos chegaram ao ABC e mais especificamente à Santo André em que ano?

Davanzo - A imigração ocorrida deveu-se à precariedade da situação da Itália no século XIX, onde grande parte da população, devido aos conflitos internos, passava por muitas dificuldades. A reunificação da Itália não foi pacífica e trouxe grande ônus à população que viu no Brasil a possibilidade de iniciar uma nova vida. Na nossa região, não especificamente em Santo André, mas sim onde hoje temos o ABC, a colonização ocorreu no período de 1870-1880.        

Folha - Como será a comemoração da Sociedade Cultural Ítalo-Brasileira, neste ano, ainda em pandemia? Haverá programação virtual para celebrar a data?

Davanzo - A pandemia que vimos sofrendo nos impossibilitará de fazermos a comemoração presencial em nossa sede. Estaria programada uma missa em Ação de Graças celebrada na língua italiana, com a apresentação do Coral da Sociedade e em seguida um coquetel. Nesta data faríamos também uma homenagem ao sócio italiano mais antigo e a uma homenagem póstuma a outro, ocasião em que teríamos a oportunidade de reunirmos os sócios e familiares dos homenageados para celebrarmos a data. Não temos programação on-line. Teremos publicações na mídia e em breve faremos a colocação em nossa sede da lápide que se encontrava na antiga sede, nos oferecida em 1969 pela Associação dos Ex-Combatentes da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) em homenagem aos italianos que defenderam seu País, alguns deles sócios da “Società Italiana Di Mutuo Soccorso Savoia”, hoje Sociedade Cultural Ítalo-Brasileira de Santo André, fundada em 1900, exatamente com a finalidade de dar suporte aos imigrantes italianos que para