17 May 2024


Processo de recuperação judicial da Metodista é extinto

Publicado em Educação
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   A Universidade Metodista, que enfrenta dificuldades financeiras há anos, teve o processo de recuperação judicial extinto, por se tratar de uma instituição educacional e ser mantida pela Igreja, ou seja, sem fins lucrativos. O valor total da dívida da instituição chega a R$ 577 milhões, sendo 64% deste montante em créditos trabalhistas. A universidade sofre com demissões em massa desde 2017, quando contava com 480 professores nas unidades de São Bernardo. Em 2019, passou para 426 até chegar em apenas 220, docentes atualmente.

   “Formamos um coletivo de sindicato para discutir os problemas que ocorrem nas unidades da Metodista em todo país. Isso ocorre desde abril deste ano. Aqui no ABC, em São Bernardo, ainda temos o maior polo, com maior número de profissionais ativos, a contar professores e administrativos, sendo a maior fonte de renda da Metodista”, explica Edilene Arjoni, presidente da SINPRO ABC (Sindicato dos Professores do ABC).

   O último relatório mostra que há 10.871 credores, sendo 90% deles trabalhadores. Nacionalmente, o grupo Metodista passou de 5.009 postos de trabalhos em 2016 para 2.767 em agosto deste ano. “Muita gente acredita que quando a gente questiona o plano de recuperação judicial da Metodista estamos a favor da falência, o que é errado. Não somos favoráveis à falência, não queremos fechar postos de trabalho. Queremos a universidade de pé, ativa. Porém, não podemos fechar os olhos para um plano de recuperação judicial que vem para tirar direitos. Apoiaremos um plano com garantia e seriedade dos pagamentos, defendendo os trabalhadores”, relata a presidente do sindicato.

   Ainda segundo Edilene, o processo de recuperação judicial não garante os direitos dos trabalhadores porque “a Metodista apresenta um plano em que coloca o pagamento em até 36 meses. Eles podem pagar até lá, mas um processo de recuperação judicial dura dois anos e, se não houver pagamento, é declarado falência. E quem esperou até 36 meses? Não recebe mais”, diz.

   Uma das alternativas feitas pela instituição para pagar o valor devido seria a venda dos ativos do grupo, que incluem imóveis. Porém, o total colocado à venda (R$ 470 milhões) ainda é menor do que o passivo de R$ 577 milhões. Os trabalhadores, no momento, estão recebendo salário, porém com atrasos de benefícios, como o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que não é recolhido desde 2015.

   A Educação Metodista informa que já está atuando para modificar a decisão provisória tomada por um ministro do STJ isoladamente, na terça (9), que suspendeu despacho anterior do TJ-RS favorável ao prosseguimento da Recuperação Judicial do grupo. Também afirma que já existem decisões favoráveis à recuperação judicial de associações e a Educação Metodista está segura de que este é o melhor caminho para reestruturar suas instituições de ensino.

   O grupo ressalta ainda que a recuperação judicial assegura a proteção aos credores e garante a continuidade das atividades educacionais e que, desde que o pedido foi apresentado à Justiça, todos os colaboradores voltaram a receber salário integral e dentro do prazo.

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