Aos 16 anos, Raicca Ventura é, atualmente, a melhor brasileira no ranking mundial de skate, na modalidade Park. Nascida em Santo André, Raicca começou a andar de skate com seis anos de idade, acompanhada de seu pai Elber Bereta, que era professor na extinta pista de skate da Tent Beach, e de seu tio, o skatista profissional Vanderley Arame.

Recentemente, Raicca participou do Mundial de Park, que aconteceu em Roma, na Itália, onde conquistou o quarto lugar. Nesta segunda (16), a skatista andreense embarca para Santiago, no Chile, onde será a única skatista brasileira na modalidade Park a representar o Brasil nos Jogos Pan-Americanos. Antes de embarcar, Raicca concedeu entrevista exclusiva à Folha do ABC. Confira os principais trechos.

Folha do ABC: Você participou recentemente do Mundial de Park, em Roma, na Itália, onde ficou na quarta colocação. Hoje, você é a melhor brasileira no ranking mundial. A que você atribui estas conquistas?

Raicca Ventura: Eu me dedico diariamente para sempre dar o meu melhor nos campeonatos, meus resultados se devem muito aos treinos intensivos que tenho com o meu técnico Cris Mateus, que me ajudou muito a chegar até aqui, tenho muito apoio da minha família, equipe e da minha escola também, estudo num colégio público em Santo André, que me dá todo o suporte necessário.

Não é fácil ser atleta tão jovem, é necessário muita disciplina, foco e preparo físico e mental, mas sei que estou fazendo o meu melhor. Fiquei em quarto lugar no mundial em Roma, não consegui acertar a minha volta que eu gostaria de dar, mas fiquei feliz com o resultado. Agora vou seguir me esforçando e me dedicando para trazer resultados melhores e conseguir a tão sonhada vaga olímpica.

Folha do ABC: Você é natural de Santo André e hoje com 16 anos brilha em campeonatos fora do país e se aproxima de conquistar uma vaga para as Olimpíadas de Paris. Qual a sensação de chegar nesta fase?

Raicca: Às vezes eu fico sem acreditar, mas é o resultado de muito treino e dedicação. Depois da etapa de Roma, estou em quarto lugar no ranking mundial, se as Olimpíadas fossem hoje, eu estaria competindo. É meu sonho competir num campeonato tão grande assim, quero poder ter a chance de trazer uma medalha inédita para o Brasil, já que o park feminino foi a única modalidade que o skate não conquistou medalha.

Folha: Onde aprendeu a andar de skate? Com quantos anos e qual o pico preferido no ABC?

Raicca: Meu pai era professor na extinta pista de skate da Tent Beach, ali perto da Pereira Barreto, e eu ia com ele às vezes. Com seis anos, comecei a me interessar e andar com ele e meu tio Vanderley Arame, que também é skatista profissional, e sou apaixonada até hoje, esse esporte mudou a minha vida! Hoje em dia ando na pista de São Bernardo do Campo.

Folha: Qual a diferença entre competir no Brasil e fora do País?

Raicca: Eu adoro poder competir fora do Brasil, conhecer outros skatistas, cultura, idioma, mas acho que nada melhor do que competir em casa, com a torcida brasileira, não tem igual a energia do nosso país.

Folha: Qual a sensação em ser a única skatista brasileira na modalidade Park a representar o Brasil nos Jogos Pan-Americanos no Chile? Qual a expectativa para os Jogos?

Raicca: É muito desafiador e muita responsabilidade, mas estou confiante que darei o meu melhor. Estou treinando todos os dias, pretendo acertar o 540° no Pan, é a minha maior meta, além de me divertir competindo, claro.

Fotos: Divulgação

Por Nicole Floret - 16/10/23