27 Apr 2024


O amadurecimento do Sindicato de S. Bernardo

Publicado em Editorial
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01/03/14
O amadurecimento do
Sindicato de S. Bernardo

A Ford, de acordo com matéria publicada na edição passada, voltou a produzir picapes de grande porte da Série F na fábrica de São Bernardo. Como se sabe, a produção tinha sido suspensa porque aconteceu a mudança do tipo de motor nos veículos comerciais e caminhões, que utilizam a tecnologia Euro 5, mais eficiente e menos poluente. As versões a serem fabricadas não foram divulgadas pela Ford, já que antes eram produzidas a F-250 e F-4000.

A surpresa nessa retomada de produção da empresa teve a participação do presidente do  Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques. Segundo declaração feita para a mídia, Rafael revelou que “desde a suspensão da produção, estava negociando a volta da Série F com a Ford, achamos que a paralisação foi um erro de avaliação, pois há espaço no mercado para esses veículos”. Em São Bernardo, a Ford emprega 4,4 mil funcionários, dos quais 1,1 mil trabalham na linha de montagem do novo Fiesta. Para Rafael, a posição da empresa “é mais uma aposta no ABC, que continua sendo importante pólo do setor automobilístico”.
Esse caso relatado acima, publicado também pela mídia de São Paulo, revela a que ponto chegou o amadurecimento do Sindicato local. Isso porque, na época do regime militar, os sindicalistas, por pouco, não tiveram uma batalha campal contra os policiais na Praça do Paço Municipal, pois os confrontos eram diários por causa da greve dos metalúrgicos. Chegou ao extremo quando os policiais fortemente armados esperavam pela chegada de centenas de trabalhadores ao Paço Municipal, que caminhavam pela Marechal Deodoro. O então prefeito Tito Costa subiu num veículo estacionado no local e com o microfone nas mãos, pediu calma aos policiais e aos metalúrgicos, evitando, assim, uma provável chacina. Num segundo período, alguns presidentes do Sindicato, cm greves quase diárias, fizeram com que dezenas de fábricas mudassem para cidades do interior, que não tinham a presença de lideranças sindicais. Somente na gestão do presidente Luiz Marinho, o diálogo voltou entre empresas e sindicato. Daí para frente só melhorou a relação entre empresas e sindicato.
Também a Volks deve concentrar em São Bernardo toda produção do Gol G5, atualmente dividida com a fábrica de Taubaté, que iniciou a fabricação do compacto “up!”. Por sua vez, a Toyota transferiu de São Paulo para São Bernardo a sua sede administrativa. Sobre isso, o presidente do Sindicato enfatizou que “seis presidentes de montadoras já trabalham no ABC”. Realmente, é louvável a atuação do Sindicato que, sem invasão de fábrica, sem botar o bloco (trabalhadores) para desfilar na Anchieta nas greves e outras “cositas mas”, está conseguindo, num árduo trabalho de negociação com as montadoras, trazer de volta várias linhas de montagens que foram transferidas para outras unidades de produção das montadoras. É um trabalho que merece ser elogiado, pois estão recuperando a força do pólo ABC das montadoras.

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