Não é por ser contra a reeleição no Poder Executivo que Fabio Palacio (PSD) disputará o comando do Palácio da Cerâmica, em São Caetano. Pelo contrário, o candidato é à favor da reeleição, pois acredita projetos políticos são melhores executados num período de oito anos. O motivo é outro. Fabio avalia que a cidade precisa sair da zona de conforto e combater a evasão dos moradores que, devido ao alto custo de vida, têm abandonado São Caetano.

O candidato está no seu momento mais maduro na política. Fabio, de tradicional família de São Caetano, já foi vereador no município por três mandatos e já disputou eleição para prefeito em 2016 e para deputado federal em 2018. Determinado, Palacio tem metas ousadas para São Caetano. “O município está em uma zona de conforto, pois é comparada somente com outras cidades do ABC. Nosso alvo precisa ser um só. Ser a melhor cidade do País em todos os aspectos. Qual a melhor saúde do País? Essa passa a ser a nossa referência. É lá que vamos buscar conhecimento, cases de sucesso, fazer intercâmbios com médicos, equipes de saúde. Qual é a cidade que tem a melhor Educação do País? Essa passa a ser a nossa referência”, explica.

O meio empresarial recebeu com bons olhos a candidatura de Palacio, principalmente devido ao nome de seu vice, o empresário e filho do fundador das Casas Bahia, Saul Klein. “Os empresários ficaram felizes ao ver o Saul na chapa. Sabemos que empreender, hoje, no País é um desafio muito grande. O governo é o órgão que mais atrapalha, normalmente, o desenrolar de uma empresa e é o maior sócio, porque a carga tributária é muito alta. Então, quando se vê um grande empresário disposto a cumprir o seu papel no serviço público, é a certeza que haverá um olhar muito atento às questões empresariais, isso traz um alívio e uma perspectiva muito boa para o setor”, explica.

Com a ajuda de Klein, Palacio pretende combater o fenômeno da evasão dos moradores de São Caetano. “O povo de São Caetano tem ido embora e muda para a cidade uma população que tem alto poder aquisitivo e consegue arcar com o alto custo de vida local, mas nosso povo, a nossa gente que se desenvolveu na cidade, que tem história, tem raízes tem ido embora. Muitos jovens, quando se formam, vão embora, ou porque não encontram boas oportunidades de trabalho, ou porque acabam sendo colocados de lado, quando casam, não conseguem mais se manter na cidade, seja alugando um apartamento ou comprando um imóvel”, revela.

Caso eleito, uma das principais bandeiras do candidato será o foco no fomento ao empreendedorismo, geração de emprego e renda. “Gerar mais emprego e renda para a população da cidade é o nosso grande desafio. Teremos um olhar diferenciado para, não só manter as empresas que têm sede no município, mas para atrair novas”, diz.

Palacio faz duras críticas ao governo Auricchio. “Manter a cidade bonita, toda pintadinha, com florzinha é a parte mais fácil. O grande desafio é inverter essa curva de 15 anos para cá em que a cidade perdeu a capacidade de se manter financeiramente, transferindo parte desse problema para a população, com uma taxa de lixo absurda, com IPTU alto, etc. Essa conta não fechará a longo prazo, tanto que estamos vendo a cidade se enchendo de financiamentos e empréstimos para conseguir manter a capacidade de investimentos”, avalia.

PANDEMIA

Em relação às ações de combate à Covid-19, critica: “os números falam por si só. Se você pegar a quantidade de óbitos em São Caetano, por Covid-19, temos a maior taxa de óbito por cada 100 mil habitantes, provavelmente do Estado de São Paulo inteiro. Com certeza a maior do ABC, maior do que São Paulo. E dos 38 municípios da Grande São Paulo. Já uma aberração, uma cidade rica como a nossa, ter o pior índice de toda a região metropolitana. As ações de combate ao coronavírus não foram eficientes nem eficazes. O que vimos foi muita propaganda, muito marketing. Investiu-se mais em propaganda no que no tratamento das pessoas”.

As eleições de 2020 marcam um recorde na quantidade de candidatas mulheres na disputa: são 183.236 candidaturas femininas, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Isso representa um crescimento de 17,8% na comparação com as eleições de 2016. Com isso, a representação feminina atinge os 33,23% do total de candidaturas neste ano. Porém, as mulheres são apenas 13% na concorrência pelas prefeituras. Já para vereador, elas atingem 34,4% do total de candidatos.

No ABC, dos 59 prefeituráveis, há 10 mulheres. Há candidaturas femininas para prefeito em seis dos sete municípios. Apenas São Caetano não possui uma prefeiturável mulher. Mauá é a cidade que possui maior número de candidatas a prefeito, são três; seguida por Santo André e Diadema, com duas e as demais cidades, São Bernardo, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, com apenas uma. 

Em Santo André, dos 9 postulantes, há duas mulheres: Bete Siraque (PT) e Simone Cristina Souza (PCO); em São Bernardo, dos 6 candidatos, há apenas uma mulher, Lourdes da Chapa Coletiva (PSOL); em Diadema, dos 13, há duas candidaturas femininas, de Rafaela Boani (PSOL) e Denise Ventrici (PTRB); em Mauá, dos 13 prefeituráveis, há três candidatas, Amanda Bispo (UP), Dra. Roseni (PMN) e Vanessa Damo (MDB). Já em Ribeirão Pires, do total dos 5 candidatos, há apenas uma mulher, Marisa das Casas Próprias (Solidariedade); em Rio Grande da Serra, dos 5 candidatos, de mulher, há apenas a Professora Marilza (PSD).