29 Apr 2024

25 de abril de 2020

Abuso de poder
Enquanto a Zona Azul estava suspensa, até o último sábado (18), em Santo André, fiscais de trânsito da Prefeitura nem “tchum”. Na sexta (17), se anteciparam, circularam pela Rua Campos Salles, no Centro, multando geral. Os que por algum motivo tiveram que sair de casa e estacionaram os veículos na rua, foram penalizados com multa de R$ 195 reais. Pode?.

Herança maldita
Idosos, muitos deles doentes e que esperam, por mais de trinta anos para receberem o dinheiro dos famosos precatórios da Prefeitura de Santo André, agora a situação ficou ainda pior. Com o perigo do coronavírus e o congelamento do pagamento dos precatórios por 180 dias, muitos vão embora sem receber o tão sonhado dinheiro.

Mais fracos
Nossos dirigentes foram generosos, pensaram logo em ajudar os que vivem no limite do limite, com cadastramento para a liberação de R$ 600. Só que como sempre, sem técnica e mecanismo para pôr em prática, levando multidões às filas da Caixa Econômica para receber o auxílio. Muitos não têm acesso ao serviço online e são obrigados a sair de casa.

Muito triste
Já não bastasse todo o perigo, transtorno, prejuízo e perdas pela qual estamos passando, ainda temos que conviver com tanta vaidade no meio do caos. Alguns banqueiros e donos de planos de saúde, que são os únicos que mais faturam e que tiram o sossego dos usuários, agora, ocupam horários nobres da TV ou ganham páginas nos principais jornais, para fazerem suas propagandas divulgando doações que fizeram para os hospitais de campanha. Se realmente são solidários, não precisam mostrar. Não é hora para confetes.

Exemplo de vida
Em um edifício, onde a maioria dos moradores é idosa, há um casal com a mãe na faixa dos 90 anos. Com os perigos do coronavírus, a filha e a neta do casal, que moram em outro local, vem visitar os pais e a avó com frequência, passando um pouco de alegria do hall do elevador. Ali deixam caixas de alimentos, palavras de carinho e muitas gargalhadas, sem entrar no apartamento. É uma festa constante, afasta qualquer tristeza.

O ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, na quarta (22), anunciou elaboração do programa ‘Pró-Brasil’, cujo objetivo é integrar e aprimorar ações estratégicas pra recuperação e retomada do crescimento socioeconômico em resposta aos impactos causados pelo novo coronavírus.
Na quarta (22), o governador do Estado de São Paulo, João Doria, também anunciou o “Plano São Paulo”, que permitirá, a partir de segunda (11) de maio, a reabertura da gradativa da economia. Segundo Doria, serão definidos, gradualmente, protocolos para essa volta, que, nas palavras do governador, deverá ser “responsável e segura à normalidade econômica, mas protegendo vidas” e ainda diferenciados e de acordo com dados apurados de cada região do Estado. Porém, mais detalhes sobre o plano só serão divulgados no dia 8 de maio. No Estado, o índice de isolamento social tem ficado na média dos 50%. Bastante criticado e alvo de protestos em São Paulo, que acusaram Doria de parar a economia do Estado mais populoso e com a economia mais avançada do Brasil, o governador esclareceu que desde o início da quarentena em São Paulo, 74% de toda a estrutura econômica continuou ativa em operação.
No ABC, das sete cidades apenas Ribeirão Pires tem alcançado índices de isolamento social acima dos 50%. Muitos comércios têm operado de maneira irregular, apesar do decreto oficial de que apenas estabelecimentos com itens essenciais possam operar.
Sofrendo enorme pressão dos grandes empresários e grupo de comerciantes dos municípios, os prefeitos do ABC têm se dividido quanto ao tema: afrouxar ou não a quarentena. Tudo em prol da retomada da economia e reabertura dos estabelecimentos comerciais. Afinal, depois de tanta campanha e ações para divulgar e enfatizar a nova gestão, o corte de gastos e privilégios, a retomada de obras e do desenvolvimento das cidades, como, bem no último ano do mandato vigente, poderiam os mesmos prefeitos “super heróis” que salvaram a economia das cidades e desaparelharam a velha política, serem os vilões que causaram a falência de comércios, perda de empregos e desaceleração da economia?
Nestas horas, o grande e admirável propósito humanitário de salvar vidas, em meio a uma pandemia, fica um pouco em segundo plano. Afinal, é, ou seria ano de eleição e os prefeitos do ABC tentarão a reeleição. Dois prefeitos das maiores cidades do ABC, Paulo Serra, Santo André, e Orlando Morando, São Bernardo, conhecidos pela proximidade política e também pessoal, divergem quanto a retomada da economia.
Em São Bernardo, enquanto o prefeito Morando, defende a manutenção da quarentena e do isolamento social, sem mudanças, até o dia 11 de maio, mas, já focando num plano de retomada economia ligada a segurança das pessoas, afirmando: “podem ficar bravos, me culparem, mas, não vou tomar medida pensando no populismo”, comerciantes da rua Marechal Deodoro e do Centro têm operado normalmente, com portas “meio abertas”. Para ter acesso ao estabelecimento, basta o cliente ligar, um funcionário surge na espreita e o convida para entrar. Logo, as portas são abaixadas, novamente.
Em Santo André, a situação não é diferente e até, diversas academias na região central, têm operado clandestinamente. Porém, o prefeito Paulo Serra afirmou que Santo André não pode ser tratada com o mesmo critério, das demais cidades do Estado e que elaborou, junto com grupo de empresários, uma cartilha própria, para a retomada da economia, que também irá preservar vidas.
Portanto, os moradores do ABC devem torcer para que, agora, as intenções políticas eleitorais dos prefeitos fiquem em segundo plano e que a economia seja, sim, retomada, mas, com todos os cuidados sanitários necessários e, principalmente, boa fiscalização contra as irregularidades para, só assim, serem salvas as vidas e a economia.

25 de abril de 2020

Derrubada
O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou, por 8 votos a 1, uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que garantia férias de 60 dias por ano para procuradores da Fazenda Nacional. O relator do recurso da União contra o privilégio foi o ministro Luís Roberto Barroso, que argumentou que, entre outros, a medida traria prejuízo milionário aos cofres públicos. O único ministro que votou à favor foi Marco Aurélio Mello. Não participaram do julgamento, realizado em sessão virtual, Cármen Lúcia e Celso de Mello.

Inquérito
O procurador-geral Augusto Aras teve o pedido atendido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para abertura de inquérito para apurar “fatos em tese delituosos” em atos antidemocráticos realizados, no domingo (19). Aras menciona indícios de que dois deputados federais teriam atuado na organização das manifestações. O presidente Jair Bolsonaro, que foi ao ato em Brasília, não é alvo do inquérito.

Inquérito I
Nos bastidores, críticos de Aras o acusam de fazer “vista grossa” para o comportamento do presidente. A especulação é a de que, ao não colidir de frente com o governo, Aras age para preservar e manter um “bom diálogo” com Bolsonaro. E, ainda, para tentar ser o escolhido para uma das duas vagas do STF, posto que Celso de Mello e Marco Aurélio Mello se aposentam, respectivamente, em novembro e em julho de 2021.

Sede
A OAB articula, no Congresso e no Executivo, uma forma de garantir o pagamento dos precatórios, que foram suspensos por 180 dias, ao menos dos que já estavam programados para estes meses. De acordo com que o presidente da comissão especial de precatórios da OAB, Eduardo Gouvêa, afirmou ao jornal O Estado de S.Paulo, o não pagamento desses recursos, neste momento, significa tirar dinheiro da economia, revelando que mais de 500 mil credores são idosos.

Disputa
A eleição para o novo presidente da Câmara dos Deputados será só em fevereiro de 2021, mas, segundo informações de bastidores, o presidente Jair Bolsonaro já se movimenta para impulsionar a campanha do deputado Marcos Pereira (PRB), que é atualmente vice-presidente de Rodrigo Maia (DEM). Pereira comanda o partido Republicanos, partido que, recentemente, recebeu o senador Flávio Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro, que se filiaram temporariamente, enquanto o Aliança pelo Brasil não sai do papel.

Disputa I
Pereira é licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus e um dos postulantes dos partidos do Centrão ao comando da Câmara. Outro candidato que tem a simpatia do presidente Bolsonaro é o deputado Arthur Lira (PP), líder da sigla, porém, réu em processo por corrupção passiva. Maia não poderá concorrer à reeleição, pois a Constituição impede que presidentes da Câmara e do Senado sejam reconduzidos ao cargo na mesma legislatura.

Ranking
Na edição deste ano do ranking de liberdade de imprensa da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), o Brasil perdeu duas posições e, agora, ocupa o 107º lugar entre os 180 países que compõem a lista. O país mantém a tendência de queda, em 2019 já havia caído duas posições, mas, permaneceu a frente da Venezuela (147ª) e Cuba (171ª).  A metodologia do ranking se baseia no pluralismo, independência, ambiente e autocensura, transparência e qualidade, entre outros.

Suspenso
Estudo realizado pelo plano de saúde Prevent Senior, com hidroxicloroquina em pacientes com suspeita de Covid-19, foi suspenso pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, por indícios de irregularidades.

Prazos
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) prorrogou até 15 maio o regime de Plantão Extraordinário para prevenir a transmissão do novo coronavírus. O sistema, que prevê o trabalho remoto de servidores e magistrados, havia sido estabelecido, anteriormente, até 30 de abril. Também seguem suspensos até 15 de maio os prazos processuais e administrativos que tramitam no meio físico, tanto em primeira quanto em segunda instância. Já os processos que tramitam em meio eletrônico terão os prazos retomados a partir de 4 de maio.

Recorde
Mais de 2,5 mil empresas podem entrar em recuperação judicial em um cenário de queda de 5% do PIB, segundo levantamento da consultoria Alavres & Marsal. O recorde anterior foi em 2016, quando 1,8 mil companhias pediram proteção da Justiça para não falir. Também crescem pedidos de revisão de planos de recuperação.

Passos largos
O prefeito de Santo André, Paulo Serra, durante live, na terça (21), por meio das redes sociais afirmou que “Santo foi mais rápida que o coronavírus e deu passos largos” no combate a pandemia. Serra, que já avaliou, anteriormente, que o “vírus foi freado no município”, preparou plano para a reabertura gradual do comércio da cidade e que este será apresentado ao Ministério Público. A Prefeitura de Santo André contabiliza mais de 270 casos confirmados, entre eles 16 óbitos. São mais de 655 casos suspeitos.  

Flexibilização
Já o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), após sofrer pressão de empresários e comerciantes da cidade, pretende reabrir de imediato estabelecimentos como escritórios de contabilidade e de advocacia, salões de beleza e clínicas de estética. “Preocupo-me com a saúde das pessoas e tenho certeza de que temos de nos proteger como possível, mas Diadema é cidade de gente boa e trabalhadora, que está preocupada com empregos, com as famílias e com o que dar de comer para os filhos. Vamos flexibilizar”, disse.

Avalie este item
(0 votos)

A temporada sombria impõe ao que resta de sensatez na República Federativa do Brasil estar vigilante em relação a tudo o que guarda pertinência com o ambiente. Depois da devastação acelerada, incêndios criminosos promovidos no anunciado “dia do fogo”, a mídia internacional propor uma “vigília pela morte da Amazônia”, é temerário acenar com flexibilização do licenciamento ambiental.
Facilitar o exame dos pedidos de obras que interfiram com a natureza não significa “liberar geral” e deixar que a catástrofe continue. Já nos acostumamos com a insanidade de permitir que vinte milhões de pessoas se acotovelem numa área cinza, desprovida de verde, em moradias precárias, com o sepultamento dos cursos d’água e poluição irrecuperável de três grandes rios.
Parece incrível que o ser humano se adapte a condições miseráveis de existência, quando o Brasil tem um território imenso, cuja preservação representaria a sua salvação econômica. Em nome de um tacanho e míope “progresso”, prefere-se destruir o verde, continuar a produzir lixo tóxico, eliminar a água doce, importunar toda espécie de vida com uma poli-poluição: comprometimento do solo, do ar, da acústica e da higidez de qualquer resquício de vida digna.
Assiste-se a um deliberado desmantelamento das equipes de fiscalização e a sinalização das altas esferas é a de que o ambientalismo é sinônimo de fanatismo da esquerda. Não precisa mais do que isso para assanhar a afoiteza e para a intensificação de toda espécie de delito ecológico.
Aquilo que era uma vantagem para o Brasil, considerado o detentor de 12% de toda a cobertura vegetal do planeta, passou a ser – para os apressados e inconsequentes – uma desvantagem. Com invocação dos mais absurdos argumentos – a soberania nacional, a ilegitimidade de quem destruiu suas florestas, para impugnar os nossos crimes ecológicos, a ação perniciosa das ONGs, a conspiração internacional contra o “progresso” do Brasil, libera-se toda espécie de ações nefastas contra o indefeso ambiente.
Este, já escaldado, receia que a lei do licenciamento seja mais uma mutilação em seu depauperado esquema protetivo.
Quando chegará o juízo para essa gente? Quando ela já não estiver aqui e as crianças, hoje inocentes, é que viverão o pior. Herança perversa de quem antagoniza progresso e proteção ambiental.

Avalie este item
(0 votos)

Tarso Genro, um dos líderes mais influentes do PT, foi governador do Rio Grande do Sul, mas está afastado da política, pelo menos em termos de visibilidade perante a opinião pública, além de seu Estado. Foi também Ministro da Justiça no governo de Lula e é, como sempre foi, um dos quadros mais importantes da sigla da qual é um dos fundadores, sendo  hoje seu ex-presidente nacional. Defende uma "frente de salvação nacional" juntamente com todas as forças políticas que se oponham à maneira como Bolsonaro vem conduzindo o combate ao coronavírus, na esteira de pensamento de  figuras expressivas de outras legendas partidárias.
Em entrevista que concedeu ao jornal Folha de S. Paulo, edição de 16 deste mês de abril faz reparos ao próprio PT e sugestões importantes na visão política e na experiência de quem já ocupou funções de relevo na administração nacional do partido, durante o  governo de Lula e, principalmente como governador do partido em seu Estado Rio Grande do Sul. Sobre o governo de Bolsonaro diz que se trata de uma atuação sem paralelo na história do Brasil, tão desastrada, extrema, criminosa, com a violação de todos os princípios federativos, ao perseguir governadores, ensejando seu impeachment, desdenhando de o Estado não assumir  sua posição de indutor da economia para que se possa ter uma retomada estável, como vem sendo feito em outras partes do mundo.
Lembra ele que a pandemia não poderá vencer pois "nossa frente hoje é praticamente de salvação  nacional, incluindo-se nela todas as forças que entendem que não haverá política, democracia e Estado se a pandemia vencer".
Perguntado sobre a candidatura de Lula, ou se o PT deve abrir espaço para outros nomes, diz "não acho que o PT deva colocar essa candidatura de Lula  como incontornável, pois teremos que verificar outros nomes para sabermos qual o mais adequado para nos unir de maneira ampla e programaticamente sustentável".
Como se vê, Tarso Genro não esconde sua não preferência pela candidatura de Lula a presidente em 2022, embora não a descarte tendo-se em conta que "não necessariamente tem que ser Lula ou outra pessoa".
Todos nós sabemos que  seja cedo para falar de candidatura a presidente desde já. Mas em política as pretensões nem sempre são discretas ao ponto de não se falar delas. Mas é importante que se procure desde logo um desenho de quem poderá salvar o Brasil dessa fúria delirante de Bolsonaro, seus filhos e demais aliados na condução de interesses seus pessoais que não escondem. E com eles, por causa deles, o Brasil se encontra desde já numa encruzilhada a exigir de todos os patriotas que querem o melhor para nosso povo uma aberta oposição a Bolsonaro e seus temíveis seguidores e apoiadores.

Avalie este item
(0 votos)

Nesta semana, o grupo teatral de São Bernardo, completou 58 anos. Para comemorar essa data, a atriz Ana Maria Médici, elaborou um texto contando um pouco sobre a história.
Sob as mãos da presidente e diretora Hilda Breda, os dedicados atores, estão seguindo a quarentena, mas isso só significa que as ideias para novas apresentações estejam a mil por hora.
Ao citar a Ana Maria, me afloraram boas lembranças . Seu pai, Alcides Médici, fazia parte do Coral da Associação Bartira, da fundação beneficente fundada por minha mãe, Odette Tavares Bellinghausen.
O grupo masculino do coral, eram pessoas da sociedade da cidade. Lembro também de outros, como o tenor e empresário Armando Zóboli,  Cláudio Rossi,  Dr. Takeshita, Divo André...
Há alguns anos, Alcides ganhou o troféu "Governador do Estado", como melhor ator e a Ana Maria como melhor atriz coadjuvante na apresentação da peça "O auto da Compadecida" de Ariano Suassuna.
Sua mãe, Inês Arsuffi Médici, hoje com 91 anos, é uma figura sempre presente, principalmente nos chás em benefício de entidades beneficentes da cidade.
Bom, vamos ao texto da Ana Maria, e nossos parabéns a todo o grupo de atores...

Os 58 anos do Regina
Chegou mais um abril, mês em que o Grupo Cênico Regina Pacis reverencia seu nascimento, num dia 21 de mais de meio século, quando ele despontava na comunidade religiosa da Igreja Matriz de São Bernardo do Campo. Que abril inimaginável está marcando mais um ano de sua vida teatral – exatos 58 anos. Que abril é este no qual a essência do teatro se vê meio sem sentido e tão fragilizada quanto aqueles que fazem dele uma profissão de fé? Comemorar sem sentir a presença física do outro, o respirar,o pulsar das emoções, seja no tablado ou do outro lado dele é algo que pegou a todos de surpresa. Pensar que as máscaras gregas, símbolo do teatro, deram vez às máscaras de proteção e os três sinais avisando ao público do início do espetáculo se transformaram em sirenes e sinais de alerta geral. As pessoas estão pasmas e espiam por trás das cortinas o avanço do invisível,lembrando a todos o quão frágil é a vida. Um sopro e ela se esvai, assim como a última fala daquele lindo texto encenado com tanta paixão. O Regina Pacis vai comemorar seu aniversário sem subir ao palco, mas com a mesma intensidade que sempre imprimiu em todas as suas produções, desde aquele longínquo 1962, onde tudo começou. A trajetória do grupo foi sendo construída por muitas histórias – a primeira com a determinação de Antonino Assumpção em inovar o dia o dia daquela comunidade religiosa por meio do teatro, a segunda com todos abarcando a ideia e seguindo em frente com propostas mais ousadas e tantas outras histórias que fizeram estes 58 anos. Quanta vida encenada nos palcos e vivida nas coxias e nas moradias dos que ajudaram a construir uma companhia teatral que resiste até hoje por acreditar no poder vital do teatro. Cada um fez o Regina acontecer e seguir. Muitos foram deixando lacunas doídas no meio do caminho, e essas ausências foram fortalecendo os que ficaram e continuaram nos palcos, dia após dia.Quantos momentos históricos e marcantes, como este que atravessamos agora -um cenário virtual como meio de diálogo e a distância como protagonista. A reinvenção de cada um de nós “Entre Quatro Paredes”, texto que Jean-Paul Sartre escreveu e nossa estrela maior Cacilda Becker encenou. Por agora a máscara triste, representando o drama dos seres viventes e sobreviventes deste vírus enlouquecido, que parece querer percorrer o mundo freneticamente e o corpo humano com igual volúpia, está prevalecendo. A esperança é que se vislumbre o epílogo com urgência e num curto espaço de tempo tudo isso se transforme num texto com diálogos, subtextos, rubricas colocando sob os refletores as duras sequelas. Que elas tragam um novo caminho.Que o teatro, assim como todas as artes e seus artistas, abra as cortinas para encenar uma peça com final feliz.Nesse cenário,o Regina Pacis celebra seus 58 anos nos bastidores e nem poderia ser diferente. Que a coroa da Rainha da Paz, que o denomina, seja uma corona que possa ampliar seu círculo de proteção e realmente trazer muita paz.
Parabéns Regina Pacis, parabéns Regina Pacenses, parabéns público, razão primeira de sua caminhada até aqui. O palco está à espera de todos. É só uma questão de tempo. Um grande viva ao Teatro!


Main Menu

Main Menu