O diretor Institucional da Scania Latin America, Gustavo Bonini, em entrevista exclusiva, revelou como a empresa enfrenta os desdobramentos da crise sanitária e que mesmo diante da pandemia os investimentos de R$ 1,4 bilhão, entre 2021 e 2024, foram mantidos pela Scania. Além disso, contou que a fábrica de São Bernardo é a primeira unidade fora da Suécia e a única a fabricar veículos completos. “Estamos prestes a completar 65 anos no país (2022), dos quais seis décadas instalados às margens da rodovia Anchieta, onde continuamos ampliando e atualizando nossas operações”, disse. Confira. 

FOLHA DO ABC - Como a Scania tem enfrentado os desafios da pandemia, principalmente em relação à produtividade, devido ao período de paralisação das atividades?

Gustavo Bonini - É uma crise sanitária sem precedentes que ainda nos demanda muita habilidade de adaptação e ampliação da nossa capacidade de lidar com incertezas. Apesar do setor ter se recuperado da queda no início da pandemia, quando a economia foi abruptamente impactada, ainda há a necessidade de mantermos a estabilidade na cadeia de suprimento e a expectativa que outros setores se recuperem economicamente.

 Vale ressaltear que continuamos focados nos cuidados de nossos colaboradores desde o início da pandemia. A Scania foi a última montadora a interromper as operações em marco de 2020 e primeira a retornar, após 5 semanas, com rigorosos protocolos de segurança que são mantidos e melhorados diariamente em nossas operações.

FOLHA - Os investimentos anunciados, anteriormente, têm sido mantidos? Quais são as próximas etapas? Há previsão de novos aportes?

Bonini - O aporte de R$ 2,6 bilhões (2016 – 2020) foi concluído no ano passado. O investimento foi dedicado à introdução de uma nova geração de caminhões na América Latina e à ampliação de nossas operações industriais na cidade, como a construção de uma nova fábrica de pintura de cabinas no parque industrial, referência mundial nos conceitos de Indústria 4.0. 

Um novo ciclo de investimento de R$ 1,4 bilhão, entre 2021 e 2024, foi anunciado e mantido pela Scania, mesmo diante da pandemia. O aporte está sendo utilizado para a contínua modernização da fábrica e para as demais operações da empresa no país, com foco em novas tecnologias, digitalização e para o desenvolvimento local de produtos, como os caminhões movidos a gás (GNV ou biometano), que começaram ser produzir no país no início de 2020. O investimento também contempla a introdução do novo padrão de emissões do Proconve P8 – equivalente ao Euro 6 da Europa – que entra em vigor em 2022 para novos modelos e em 2023 para todos os veículos.

 A Scania está há 64 anos no Brasil e continuamente mantém os ciclos de investimentos no país, acompanhando o desenvolvimento global da empresa e do mercado latino-americano. Devido ao nosso sistema de produção global, a regularidade nos investimentos nos permite ter uma planta competitiva dentro do próprio grupo, ou seja, conseguimos flexibilizar a produção e exportar a partir da unidade brasileira para qualquer continente. Isso nos ajuda a superar momentos de instabilidade. Acreditamos no país e estamos otimistas para uma retomada, mas com certa cautela, acompanhando os desdobramentos da pandemia.

FOLHA - Em São Bernardo, as instalações atuais da fábrica foram inauguradas no ano de 1962. Qual a importância desta unidade fabril para a Scania, e do novo centro logístico? Qual a representatividade da fábrica de São Bernardo em volume de produção e vendas para a Scania?

Bonini - A cidade de São Bernardo do Campo faz parte da história da Scania no Brasil e no mundo, não é à toa que é a primeira unidade fora da Suécia e única a fabricar veículos completos, “de para-choque a para-choque”. Estamos prestes a completar 65 anos no país (2022), dos quais seis décadas instalados às margens da rodovia Anchieta, onde continuamos ampliando e atualizando nossas operações.

 A nossa fábrica é um hub de exportação para os diversos países da América Latina, Ásia, África e parte da Europa. Isso nos permite ser competitivos e manter bons níveis de produção quando há oscilação no mercado interno. O novo Centro Logístico está operando desde o início do ano, quando migramos de Mauá para São Bernardo do Campo, em uma grande operação que nos dará mais eficiência logística.

FOLHA - Qual o presente que a Scania gostaria de dar à São Bernardo, neste aniversário de 468 anos?

Bonini - A Scania reafirma seu compromisso com a cidade e com a região, mantendo investimentos e ampliando suas operações, o que demonstra a confiança em uma cidade que faz parte do crescimento e do desenvolvimento da Scania no Brasil.

É um orgulho imenso fazermos parte da história da cidade e sermos uma empresa são-bernardense.  Parabéns, São Bernardo do Campo. E parabéns a todos os são-bernardenses.