Em meio ao cenário de incertezas econômicas e políticas, o brasileiro que pode e tem oportunidade de se mudar para exterior, não pensa duas vezes. Uma conjunção histórica de fatores tem feito o Brasil registrar o maior movimento de migração de cidadãos brasileiros rumo a outros países. Em 2012, 1,9 milhão de brasileiros deixaram o país. O número saltou para 4,2 milhões em 2021, o que representa um crescimento de 122%. Portugal e Estados Unidos estão entre os destinos mais procurados para expatriação. Segundo dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), neste mês, são mais de 250 mil brasileiros vivendo em Portugal, 23% a mais do que em 2021. Em relação à compra de imóveis no país, o Brasil é o segundo na lista dos que mais compram imóveis nas regiões de Porto e Lisboa.

   Nos Estados Unidos, entre abril de 2021 e março de 2022, os brasileiros compraram US$ 1,6 bilhão em imóveis, de acordo com dados da National American Realtor (NAR). O Brasil é o quinto maior emissor de clientes internacionais ao mercado de real estate americano (com cerca de 3% dos US$ 59 bilhões em propriedades vendidas), atrás apenas da China, Canadá, Índia e México. Neste contexto e de olho no brasileiro que se programa para morar ou já mora no exterior, corretoras e bancos têm ampliado suas operações no exterior, principalmente em Portugal e Estados Unidos. O Banco do Brasil anunciou parceria com uma das maiores gestoras do mundo, a UBS, para atender seus clientes nos EUA.

O Itáu, com investimento de R$ 493 milhões, adquiriu 35% da Avenue, corretora com sede em Miami, especializada em aplicações brasileiras no exterior. De acordo com o Banco Central, apenas no primeiro trimestre do ano, US$ 547 milhões foram enviados por pessoas físicas para fora do país. O valor representa alta de 73% em relação aos US$ 316 milhões enviados em 2021.

Foto: Rovena Rosa - ABr