Com mais de 900 mil cooperados ativos, 30 lojas de supermercado, sendo uma delas em formato atacarejo, e 81 drogarias em operação, a Coop chega aos 68 anos, com faturamento anual de R$ 3 bilhões. Pedro Mattos ocupou o cargo de diretor geral da Coop há sete meses. Em entrevista à Folha do ABC, Pedro faz um balanço das ações desde que assumiu a presidência da cooperativa, comenta sobre as expectativas para o próximo ano, como a Coop tem se adaptado às novas exigências dos consumidores e o porquê decidiram entrar no formato atacarejo. Confira.

Folha do ABC - Qual o balanço das ações que o sr. faz em relação aos sete meses desde que assumiu a presidência da Coop?

Pedro Mattos - Nesse período, fizemos movimentos importantes para consolidar a base da operação da Coop. Concluímos a implantação do novo ERP (SAP S4/Hana) com o “roll-out” para as 31 lojas do varejo alimentar e para a totalidade das 81 Drogarias, numa operação bastante complexa mas que foi concluída com absoluto sucesso; fizemos a internalização da operação do nosso novo CD, absorvendo 300 colaboradores do operador logístico e melhoramos a eficiência do processo de abastecimento das lojas; inauguramos nossa primeira unidade no formato “atacarejo”, numa conversão recorde de menos de 60 dias; lançamos a nova plataforma de e-commerce, convergindo as plataformas anteriores; iniciamos a construção da nova loja de supermercado que será inaugurada no início de 2023; inauguramos 3 Drogarias e teremos mais duas inaugurações até o final do ano; reforçamos nosso “pipe” de pontos em avaliação que nos permitirá seguir o processo de expansão da Coop com segurança. Paralelamente a essas ações, reforçamos nossa eficiência operacional com a implantação de uma gestão por processos e contamos ainda com a contratação de 3 novos diretores para as áreas Financeira, Operação de Supermercado e Comercial de Supermercados.

Folha - Neste ano, estavam previstas a reforma de mais 20 lojas, sendo 10 supermercados e a inauguração de mais 10 novas drogarias e um novo supermercado. Para o próximo ano, quais são as expectativas?

Mattos - Já concluímos a reforma de 15 lojas e teremos mais 7 até o final do ano, entre Drogarias e Supermercados. Inauguramos 3 Drogarias e teremos outras 2 até o final do ano e uma loja de Supermercado e Drogaria logo no início de 2023 (em construção). Para o próximo ano, trabalhamos com o objetivo de duas novas lojas de Supermercado, 10 Drogarias e 1 Atacarejo.

Folha - A Coop esperava superar a previsão de faturamento de 2021 de R$ 3 bilhões e aumentar a parcela de participação das vendas online, de 1% para 5% ou 6%. Esse objetivo está sendo atingido?

Mattos - O faturamento deve ficar próximo dos R$ 3 bilhões. O início do ano foi mais duro para o consumo com a conjunção de renda comprimida e inflação de alimentos elevada levando o consumidor a fazer escolhas de menor valor agregado, afetando o valor nominal do faturamento. As vendas on-line vem cres-cendo significativamente sobre o ano anterior e seguimos projetando esse aumento da penetração das vendas digitais na maturidade da plataforma recém-lançada.

Folha - Como a Coop tem se adaptado às novas exigências dos consumidores? Bons preços e promoções continuam sendo os principais requisitos para supermercados?

Mattos - O olhar sobre as necessidades do consumidor é uma cons-tante na Coop. Buscamos sempre oferecer o melhor valor percebido pelo consumidor e preços e promoções fazem parte desse valor percebido, mas o valor vai muito além. A qualidade no atendimento e amplitude do sortimento são tão, ou mais importantes do que somente o preço, por exemplo. É claro que tem momentos na jornada de compras em que o preço é mais relevante, por essa razão é que decidimos entrar no formato de atacarejo.