08 Jul 2024


Fundação Grupo Volkswagen celebra 45 anos com nova estratégia

Publicado em Negócios
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A Fundação Grupo Volkswagen (FGVW) ao celebrar 45 anos de história, comemorados na quarta (3) de julho, anunciou a Mobilidade Social como causa prioritária.

A decisão marca um novo capítulo na trajetória da instituição, que, desde 1979, realiza e apoia ações sociais e educacionais com recursos de um fundo constituído pela Volkswagen. Atualmente, fazem parte dos órgãos de governança da Fundação representantes da Volkswagen do Brasil, Volkswagen Caminhões e Ônibus e Volkswagen Financial Services, além de duas conselheiras independentes.

O diretor Superintendente e de Relações Institucionais da Fundação Grupo Volkswagen, Vitor Hugo Neia, em entrevista exclusiva à Folha do ABC, relembrou as principais fases da instituição e comentou sobre a nova estratégia. Confira.

 

FOLHA DO ABC- Os 45 anos da Fundação Grupo Volkswagen marcam um novo capítulo na trajetória da organização, com a Mobilidade Social como causa prioritária de atuação. O que levou a essa escolha e comparando com o período quando a Fundação iniciou sua atuação quais eram projetos e metas e como eles foram se modificando e atualizando ao longo dessas décadas?

Vitor Hugo Neia- A Fundação foi criada em 1979, com os recursos de um fundo constituído pela Volkswagen, e tinha como objetivo atender a uma demanda interna Volkswagen do Brasil, que era a educação dos próprios colaboradores da empresa. Na época, muitos funcionários não possuíam o 1º ou 2º grau completos, em um contexto de rápido crescimento da indústria automotiva e escassez de mão-de-obra qualificada. Diante dessa lacuna educacional, a Fundação foi criada para oferecer não só treinamento técnico, mas suprir esse déficit da educação básica. Assim, até o início dos anos 2000, todos os esforços foram concentrados internamente, atendendo aos funcionários e seus filhos, incluindo a concessão de bolsas de estudo.

A virada de chave aconteceu nos anos 2000, especialmente em 2001, quando a Fundação percebeu que sua missão não se limitava mais aos muros da fábrica. Com a transformação da indústria e mudanças no terceiro setor, a Fundação expandiu seu olhar para as comunidades do entorno. Reconhecendo que havia cumprido sua missão inicial em relação aos colaboradores internos, a Fundação direcionou seu foco para comunidades externas com os novos desafios sociais e demandas da época e, atualmente, se adaptou às mudanças do ambiente empresarial e às demandas da sociedade, para continuar promovendo um impacto positivo e significativo.

Em 2001, a Fundação manteve seu foco original na educação básica, expandindo as iniciativas para além das fábricas da Volkswagen. Em 2018, percebemos a necessidade de reavaliar nossa atuação devido à dispersão temática e geográfica dos projetos. Iniciamos um processo de escuta ativa dos stakeholders, que resultou na identificação de três causas principais: inclusão de pessoas com deficiência, mobilidade urbana e mobilidade social. E assim seguimos até 2021, quando, em resposta aos desafios trazidos pela pandemia, revisamos novamente nossa estratégia para concentrar esforços em duas causas principais: mobilidade urbana e comunidades sustentáveis; e mobilidade social e inclusão, com todos os públicos de diversidade, não somente pessoas com deficiência, que passaram a ser entendidos de modo transversal em todos os projetos.

Agora, em 2024, a escolha da Mobilidade Social como causa prioritária da FGVW foi motivada pela necessidade de delimitar nossa causa e territórios de atuação para melhor monitorar e avaliar nosso impacto social a longo prazo. Inicialmente, um diagnóstico incentivou a revisão de nossas práticas de governança, passamos por um planejamento estratégico que culminou na revisão da nossa missão, valores e propósito, agora definido como “Juntos pela Mobilidade Social”. Acompanhamos essa revisão com a elaboração de uma Teoria da Mudança e identificamos indicadores estratégicos de impacto. Esse esforço conjunto garantiu que nossos recursos fossem direcionados para onde poderiam fazer a maior diferença. Um diagnóstico socioterritorial foi realizado para entender as características e demandas dos municípios prioritários.

Ao focar na mobilidade social como sua única causa, a Fundação reposicionou-se, redefinindo seu portfólio de programas e projetos. Foram descontinuados projetos de mobilidade urbana e educação básica que não se alinhavam à nova estratégia. Os projetos "Costurando o Futuro", "Carretas do Conhecimento" e "CO.DE School", voltados à inclusão produtiva, foram mantidos e estão sendo reformulados. Editais e ações de voluntariado também estão sendo atualizados para se adequarem às realidades locais. Além disso, novos programas e projetos estão sendo planejados, incluindo iniciativas voltadas ao fortalecimento de Conselhos Municipais, incluindo o Conselho da Criança e o Conselho do Idoso, bem como outras ações de inclusão produtiva e de formação e fortalecimento de organizações sociais de base comunitária. A estratégia para as comunidades definidas será desenvolvida até 2030, com a implantação de projetos em fases.

 

FOLHA DO ABC- Uma das áreas que receberá ações, será São Bernardo, onde a montadora possui fábrica. Quantas pessoas serão beneficiadas, quais os projetos de inclusão produtiva serão desenvolvidos e qual o valor do investimento na região?

Vitor Neia- Em São Bernardo, a Fundação priorizará as regiões do Montanhão e pós-Balsa ― área que abriga propriedades rurais, comunidades de pescadores e indígenas. O número de beneficiários dependerá da finalização do novo portfólio de programas e projetos. Em 2023, mais de 30 mil pessoas foram beneficiaras pelas ações da Fundação.

Nossos esforços no território estarão voltados para a inclusão produtiva para geração de renda, por meio da empregabilidade e empreendedorismo, fortalecimento das capacidades locais para o desenvolvimento comunitário e assistência social para acesso a direitos, sempre a partir do diálogo, escuta e construção conjunta com as próprias comunidades.

Esta atuação faz parte de um compromisso de longo prazo para criar vínculos reais com o território e atender às necessidades específicas dos moradores, proporcionando soluções adaptadas à realidade local. Nos últimos 10 anos, a Fundação investiu mais de R$ 100 milhões em iniciativas socioeducacionais no Brasil e, para 2024, destinaremos mais de R$ 16 milhões em recursos próprios às comunidades onde estamos presentes.

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