E, em breve, Brasil será o segundo país do mundo no mercado para produtos de beleza e pet food. É bom para os varejistas, mas não muito para a economia num todo. Consumidores brasileiros contribuem 60% do PIB do país. (Na China, é apenas 35%).Em entrevista ao site Quartz, site de negócios da Atlantic Media Company em Washington (EUA), Juan Lorenzo Maldonado da Roubini Global Economics, fez a seguinte análise, "o consumo foi a única fonte de crescimento para o Brasil no ano passado, como o investimento tem diminuído e, no lado da oferta, a indústria continua a ser um peso para a economia".  O PIB cresceu 7,5% em 2010, mas foi de 1% no ano passado, e continua morno justamente porque o foco do governo no consumo veio à custa do investimento, infra-estrutura, e a resolução de graves problemas estruturais.

A farra brasileira nas compras já inseriu 35 milhões de novos consumidores, provenientes das classes C e D, que ganharam acesso a luxos anteriormente indisponíveis, tais como um emprego estável, poupança e crédito. Como resultado, o crédito no Brasil representa cerca de 50% do PIB, diz Maldonado, e as famílias estão gastando cerca de 40% do rendimento disponível em pagar a dívida. Os números crescentes de varejo mostram que o gasto brasileiro não está relacionado com o crescimento econômico, e que os consumidores estão gastando de uma maneira  que não podem pagar.