02 May 2024


Marco Vinholi: "A ação municipal é fundamental para o próximo passo de combate à pandemia”

Publicado em Política
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O secretário de Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo e presidente estadual do PSDB, Marco Vinholi, em entrevista exclusiva, fez um balanço sobre o combate à pandemia do novo coronavírus e revelou que a principal estratégia do Governo de São Paulo é avançar na imunização e na testagem para, enfim, poder trazer a população de volta a algo próximo da normalidade.

Até lá, o secretário não descarta que novos ciclos de fases restritivas poderão ocorrer, dependendo do avanço dos índices epidemiológicos. “Tivemos uma primeira onda muito impactante, que se iniciou pelos grandes centros e depois foi para o interior. Na sequência, uma segunda onda teve um caminho inverso. Começou no interior, pela chegada de novas cepas e veio para as regiões metropolitanas, como o caso do ABC. Dentro disso, desde o dia 28 de março viemos tendo uma queda nos indicadores. A partir disso, tivemos uma estabilidade, ao longo das últimas duas semanas e, dentro de um processo de imunização, que ainda caminha aquém do que gostaríamos, no nosso país e no Estado de São Paulo, essas nuances vão seguir acontecendo no próximo período”, diz o secretário.

Para Vinholi, a grande esperança para a vacinação avançar, em níveis consideráveis no Estado, será a ButanVac, nova vacina contra a Covid-19 que o Instituto Butantan pretende produzir inteiramente no Brasil. “O governador João Doria fez um esforço hercúleo para que tivéssemos a vacina, a CoronaVac. Vamos avançando na imunização e, paralelo a isso, temos a ButanVac, que poderá nos trazer de volta a algo mais próximo da normalidade, no segundo semestre. Então, até lá, faremos uma política de gestão e controle da pandemia. Em uma ponta, garantir o atendimento de saúde, e vamos monitorar a ocupação desses leitos, como sempre fizemos ao longo deste período e na evolução da própria pandemia, com um aspecto relevante neste momento”, enfatiza.

Em relação à mudança no método de classificação das regiões do Estado no Plano São Paulo, que até o começo deste ano, permitia que uma região avançasse ou regredisse de maneira isolada das demais, de acordo com os índices epidemiológicos, e, agora, o Estado avança ou recua de maneira unitária nas reclassificações, Vinholi, explica que isso foi necessário, pois a propagação do vírus aconteceu de maneira mais rápida nos 645 municípios. “Se na primeira fase, o crescimento demorava, duas, três, até quatro semanas, na segunda fase, em uma semana era uma região, dois dias depois já chegava à outra. Então, fizemos uma ação conjunta, até porque o índice de ocupação na média superou os 90% pela primeira vez, para que não faltassem leitos, para que pudéssemos ter uma gestão da pandemia mais apurada, depois disso seguimos monitorando as regiões do Estado, com certa unidade em torno dos índices, um pouco para cima, um pouco para baixo”, explica.

Na iminência de uma terceira onda, com algumas cidades do interior Estado já em lockdown, outras tendo seus índices de internação em elevação e ainda com chegada da cepa indiana em São Paulo, Vinholi, revela que é necessário um aprofundamento na cooperação com os prefeitos. “Neste momento que estamos passando, buscamos essa estratégia da política de testagem e monitoramento dos novos casos de Covid-19. Só conseguiremos ter efetividade se ela for feita no território pelo próprio ente municipal, para que ela possa dar certo, é através do município. Os municípios foram, na sua imensa maioria, muito efetivos ao longo deste processo de pandemia. O Estado vem dialogando com eles e passamos para uma nova fase de cooperação”, avalia.

Vinholi enfatiza que o Estado não está transferindo a responsabilidade para os prefeitos: “o Governo de São Paulo irá continuar tendo essa responsabilidade, vai continuar mobilizando regionalmente. Estaremos aqui para apoiar esse processo, de fazer essa mobilização conjunta, mas cientes de que essa ação municipal é fundamental para o próximo passo de combate à pandemia, como é a vacinação. Os municípios que fazem a vacinação in loco tem um papel fundamental”.

 

Vinholi diz que PSDB não está dividido e tem “bons quadros”

O PSDB não está dividido para a escolha de um nome que irá disputar as eleições à presidente, no próximo ano, garantiu o presidente estadual do PSDB, Marco Vinholi, mesmo com o partido caminhando rumo às prévias, e que deverão ocorrer no dia 17 de outubro próximo, com quatro possíveis nomes. Estão cotados para a disputa os governadores João Doria (São Paulo), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), o senador Tasso Jereissati (CE) e o ex-senador Arthur Virgílio (AM). “O PSDB, historicamente, tem uma construção em torno de um partido de quadros, e quando digo isso, é um partido que tem uma qualidade muito grande em suas lideranças. Considero o governador João Doria a principal liderança do PSDB, por tudo re-presenta. Mas também, evidentemente, reconheço a qualidade de todos esses quadros que se propõe a disputar as prévias, enfim, entendo que isso é algo positivo dentro do partido e não negativo. E, esse modelo de prévias, feito dentro de um conceito de democracia plena, vai reproduzir uma unidade partidária. Assim foi na eleição da Capital, que resultou em vitória no primeiro turno. E, assim foi também, em um processo de prévias para o Governo de São Paulo, que eram quatro candidatos. Então, acho muito positivo termos bons quadros se propondo a construir uma pauta para o Brasil”, pontuou.

Vinholi afirmou que os critérios para a realização das prévias serão definidos ao longo das próximas semanas. “Temos um caminho a percorrer ainda em relação às questões das prévias nacionais. As prévias no Brasil serão algo marcante e histórico. O partido nunca fez um processo de prévias, neste sentido, por isso que entendemos que todo filiado deve votar. Cada voto vale um voto, é uma sinalização e um diálogo muito forte com a sociedade, além da oportunidade da construção de uma unidade interna. Dentro disso, temos esse cenário nacional, que confiamos que deve produzir um candidato nos mesmos moldes que foram as prévias americanas, com o Barack Obama saindo fortalecido desse processo de prévias da construção de um nome no partido”, afirmou.

 

Filiação de Rodrigo Garcia

O tucano avaliou que a filiação do vice-governador Rodrigo Garcia (ex-DEM) ao PSDB, para, provavelmente, disputar como candidato ao governo do Estado, em 2022, não provocou insatisfação entre a ala mais antiga do partido, mesmo com o ex-governador Geraldo Alckmin, que também tem a intenção de se candidatar ao posto, ter cogitado deixar a sigla que ajudou a fundar. “A filiação do Rodrigo Garcia envolveu um convite do governador João Doria, do então prefeito Bruno Covas, da bancada federal, da bancada estadual, dos prefeitos, dos movimentos do tucanato, da diversidade, dos jovens, das mulheres e envolveu militantes históricos. Não foi uma questão individual a vinda dele, mas, sim, uma questão do coletivo do partido convidando alguém que a vida inteira teve uma atuação junto com nós do PSDB, desde o governo Covas, passando pelo governo Serra, o governo Alckmin e o governo Doria. Foi muito natural a filiação dele. Não vi nenhuma declaração ou manifestação do Alckmin dizendo que iria sair do partido. Ele é querido por nós, será valorizado, vamos discutir conjuntamente os rumos do PSDB e, com certeza, ele tem um papel fundamental nisso. Acredito muito nessa construção coletiva”, ponderou.

 

Disputa ao Governo do Estado

Rodrigo Garcia poderá ser o candidato à disputa do Palácio dos Bandeirantes em 2022, mas, por enquanto, não há definição do nome para vice. O próprio Marco Vinholi e o prefeito tucano de São Bernardo, Orlando Morando, foram cotados como prováveis nomes. “No Estado, temos dois filiados que poderão estar no cargo, com o direito legal de reeleição, um para o governo do Estado e outro para o Senado. Então, isso traz uma complexidade na discussão, evidentemente, é natural e foi natural ao longo da nossa trajetória a reeleição desses quadros, quando estão com a possibilidade de reeleição. Vamos dividir com todos os atores deste processo e interessados para encontrar um caminho comum. A escolha do vice-governador é uma discussão muito distante, não temos feito de maneira mais concreta essa discussão. Acho que, de toda forma, é algo que, ali na frente, será escolhido pelo governador João Doria”, afirmou.

 

Diálogo com o MDB

Na avaliação de Vinholi, o PSDB não perdeu o comando da Prefeitura de São Paulo. Com a morte do prefeito Bruno Covas, a gestão da maior cidade do País ficou sob responsabilidade de Ricardo Nunes (MDB). “O entendimento é de que é um partido muito relevante nesse polo democrático, no nosso campo político e dentro desta relevância vamos valorizá-los a todo o momento. Valorizamos na construção do vice do prefeito Bruno Covas, valorizando, também, na entrada do MDB no Governo do Estado de São Paulo, na secretaria de Agricultura, valorizamos na própria eleição da Câmara Federal, com apoio ao deputado Baleia Rossi, como nosso candidato à presidência da Câmara, então, temos buscado essa construção por entender a importância histórica do partido para esse momento que vivemos e vamos seguir desta forma, com o Ricardo Nunes apoiando o que chamamos de testamento do prefeito Bruno Covas, que são as metas e aquilo que foi comprometido em campanha com a população, algo que foi trabalhado com toda a nossa militância, com todo o conjunto do PSDB”, disse.

 

Terceira Via

O tucano acredita que o PSDB possa ser uma opção viável da terceira via nas eleições presidenciais de 2022. “Entendo que temos dois campos extremos e que já apresentaram para o Brasil seu modelo de governo. Em um campo o Lula e o PT, que afundaram o Brasil em uma crise muito aguda, ao longo dos últimos anos, crise moral, econômica, política, e que tem uma responsabilidade muito grande nesse processo da democracia brasileira e o Bolsonaro que, evidentemente, tem sido um negacionista ao longo deste processo de pandemia. Tudo aquilo que ele representou na campanha em termo de política econômica não se tornou uma realidade. Então, distante desses dois extremos, essa terceira via, coloco como o polo democrático, porque tem como primeira prerrogativa a defesa da democracia e a retomada do país no pós-pandemia. No nosso conceito, quem pode liderar o Brasil para uma retomada após a superação da pandemia tem que ser longe dos extremos e quem tem a condição de conduzir, nessa retomada, é a proposta do governador João Doria”.

 

FHC

Sobre o almoço entre os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a foto postada nas redes sociais, que gerou muita repercussão, Vinholi analisa: “é importante compreender que o ex-presidente FHC tem o nosso respeito e a sua liberdade para ter o encontro que quiser, dentro do conceito pessoal, mas em termos partidários, é importante que fique claro que não tem, no âmbito político, qualquer tipo de sinal trocado. O PSDB é uma profunda oposição à política que o PT desenvolveu no país e nós estamos construindo alternativas para o Brasil e para os nossos Estados e municípios, e assim foi, ao longo de toda essa trajetória, muito distante do que acredita o PT. Então, seremos campo oposto, sem nenhuma possibilidade de qualquer tipo de aliança eleitoral”.

 

Última modificação em Sábado, 29 Maio 2021 10:07
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