O pré-candidato a governador e ex-prefeito da Capital, Fernando Haddad (PT), esteve no ABC, na terça (13). Em São Bernardo, o petista, acompanhado do presidente estadual do PT, Luiz Marinho, visitou a empresa Rassini, no Rudge Ramos, e a universidade Metodista, onde foi recebido pelo reitor Márcio Oliverio.

Após seguiu para Diadema, onde se encontrou com o prefeito José de Filippi Júnior (PT), e visitou o Núcleo K (conjunto habitacional na favela da Coca). Após, Haddad conheceu o Centro POP, de atendimento aos moradores em situação de rua. Na sequência os petistas foram ao Teatro Clara Nunes, onde foram apresentados vídeos sobre as realizações dos seis meses do Filippi. Haddad ainda compareceu a um encontro com empresários e participou, virtualmente, de uma plenária com mais de 600 petistas de toda a região.

“Estamos fazendo um debate em todo o Estado, visitando as regiões. Por conta da pandemia, fizemos, até aqui, de forma virtual. A partir desta semana iniciamos um processo misto, presencial e virtual. Então, o ABC foi contemplado, em especial Diadema, com essa combinação mista”, afirmou Marinho.

Segundo o presidente estadual da sigla, não é o momento de falar em campanha, nem em candidatura. “Estamos construindo o diagnóstico por região para construir o Programa de Governo e apresentá-lo o ano que vem, para o povo do Estado de São Paulo, sob a liderança do Lula, que seguramente será o nosso candidato a presidente", enfatizou.

Marinho avalia ser possível uma vitória petista para comandar o Governo de São Paulo. “Tranquilidade, serenidade e pé no chão para conversar com os parceiros. Vamos buscar o segundo turno. Acho que a esquerda tem tudo para ganhar as eleições do Estado de São Paulo”, revelou.

Já Haddad contou que pesquisas internas do PT revelaram que o Governo de São Paulo está mal avaliado. “Quando você sai para as ruas, percebe que as pessoas não estão satisfeitas. Existe, portanto, uma sensação de mudança no ar. Quem apresentar um projeto alternativo tem grandes chances de ser ouvido pela população de São Paulo”, disse.

Em relação à volta ao cenário político eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Haddad avalia que acabou a ‘perseguição’. “Esse clima de caça às bruxas, foi artificialmente criado para prejudicar o partido e maior liderança política da história deste país, que é o presidente Lula. Acho que esse clima está mudando, sobretudo depois do julgamento do Lula. O (Sergio) Moro foi julgado e condenado pelo STF e isso para nós é um alento porque a justiça foi feita num prazo relativamente curto. No Brasil, tivemos a bênção de conseguir demonstrar no Judiciário que o que aconteceu em Curitiba foi uma armação”, ressaltou.  

O ex-prefeito ainda disse que todos os petistas pagaram um preço elevadíssimo por tudo o que aconteceu com Lula. “Quando pegam o seu representante maior, todo mundo acaba sendo afetado indiretamente. Foi muito dura a nossa vida de 2016 para cá. Muito difícil, mas permanecemos dignamente no partido, sabendo que estávamos do lado certo, do lado da verdade. Esperamos a Justiça chegar e ela chegou”, afirmou.

Segundo Haddad, pesquisas internas do partido apontam que 22% do eleitorado tem como preferência o PT e o segundo colocado fica apenas com 2%. “Isso nos dá a sensação que podemos contribuir com a democracia brasileira como um partido sério, com militantes sérios e muito dignos, porque todo mundo ficou segurando a onda até ela passar. Isso prova uma resiliência extraordinária do PT. Isso mostra que o PT tem fibra, tem garra, tem o que mostrar e pode continuar a contribuir para o país”, disse.

O petista acredita que o Estado está pronto para “uma novidade, uma vibração diferente” e faz críticas ao governador João Doria (PSDB). “O Doria não sai de campanha desde 2016. Está há cinco anos em campanha. Não governou a cidade, nem o Estado. Não pode fazer da cidade e do Estado um trampolim político. É preciso alguém que queira governar o Estado, que se sinta honrado com o cargo de governador e prefeito de São Paulo. E não um louco para sair”, enfatizou.

Nesta quarta (14), Haddad percorrerá Santo André. Na agenda, estão previstas visitas à UFABC (Universidade Federal do ABC) e ao bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, além de almoço com metalúrgicos.

Na próxima terça (20), o petista volta à região. Cumprirá agenda em Mauá, onde deverá se reunir com o prefeito Marcelo Oliveira (PT), visitar empresas, se reunir com parlamentares do PT da região e com lideranças sociais.