A Câmara dos Deputados poderá votar, nesta terça (10), a PEC do Voto Impresso (Proposta de Emenda à Constituição 135/19). A sessão do plenário está marcada para às 15h. O texto foi rejeitado pela comissão especial, na a sexta (6), por 22 votos a 11, mas os pareceres das comissões especiais de PECs não são conclusivos.

A PEC, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), determina a impressão de “cédulas físicas conferíveis pelo eleitor” independentemente do meio empregado para o registro dos votos em eleições, plebiscitos e referendos.

Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, afirmou, no entanto, que a votação poderá ser adiada por causa da manifestação militar que aconteceu, nesta manhã de terça (10), na Esplanada dos Ministérios. Lira disse que é uma "trágica coincidência" a manifestação ocorrer no mesmo dia em que a Câmara pautou a PEC do Voto Impresso e que, em razão disso, consultará os líderes partidários sobre a possibilidade de adiar a votação.

O presidente Jair Bolsonaro acompanhou, da rampa do Palácio do Planalto o desfile de um comboio de veículos militares blindados que  passou pelos arredores do Congresso Nacional. O evento foi inédito e faz parte da Operação Formosa, da Marinha, que acontece todos os anos, desde 1988, mas que, desta vez, incluirá o Exército e a Aeronáutica.

Para ser aprovada, uma PEC precisa do voto favorável de 308 deputados em dois turnos de votação, além de passar pelo Senado, também em dois turnos.

VOTAÇÃO

O ABC possui dois deputados federais, Alex Manente (Cidadania) e Vicentinho (PT). Procurados, apenas Vicentinho comentou sobre o voto impresso auditável. Confira.

“Mais uma vez o posicionamento do presidente Bolsonaro, se mostra contra nosso País, contra à democracia, contra nossos cidadãos e cidadãs. Suas falas imprudentes sobre o voto eletrônico é um ataque ao Tribunal Superior Eleitoral e são ataques, na minha opinião, contra todos os eleitores. Considero, bem como a nossa Bancada do PT na Câmara Federal, que as falas do Bolsonaro são debochadas, como sempre faz, e tenta mais uma vez desviar a atenção da sociedade das centenas de milhares de mortes da Covid-19 no País.

Eu sou contra o voto impresso e, assim seguirei na luta, enquanto houver o debate sobre tal assunto. Ao meu ver, não deveria nem ter sido levantado. Temos que debater ações, temos que nos preocupar com o desumano aumento da fome e do desemprego. Precisamos de medidas de apoio à cultura e à educação das nossas crianças e adolescente que na pandemia vislumbraram prejuízos em seu desenvolvimento escolar”.

Vicentinho, deputado federal (PT-SP)