08 May 2024


Morando: “Nunca me coloquei como candidato a nada”

Publicado em Política
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O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), concedeu entrevista exclusiva à Folha do ABC, em seu gabinete, nesta tarde de sexta (1) de abril. Morando falou sobre a sua decisão de permanecer no comando da Prefeitura e não compor chapa com o recém-empossado governador Rodrigo Garcia (PSDB), que disputará o Governo de São Paulo, em outubro. Apesar da negativa, Morando revelou que atuará como conselheiro da campanha de Garcia. Confira.

 FOLHA DO ABC- Qual leitura o sr. faz sobre o anúncio de desistência do governador João Doria, ontem, em concorrer ao Palácio do Planalto e, após poucas horas depois, confirmar sua saída do Governo de São Paulo para disputar as eleições?

Orlando Morando- A decisão já foi finalizada no dia de ontem. O desfecho já foi dado e consolidado, razão pela qual fazer qualquer comentário agora, seria comentar uma partida de um jogo que já foi finalizado. Acho que agora é construir, fortalecer a candidatura, visando as alianças, especialmente tentando unir os partidos mais ao centro. Quanto ao episódio de ontem já é um assunto superado.

 

FOLHA- Como o sr. avalia o cenário eleitoral para os tucanos? No ninho tucano do ABC, temos o sr., que apoiou o Doria, nas prévias, e o prefeito de Santo André, Paulo Serra, que apoiou Eduardo Leite. Qual será o reflexo desses desdobramentos na campanha?

Morando - O que já temos definido é que o Estado de São Paulo passa a ter, hoje, um novo governador, que é o Rodrigo Garcia, que vem com muita garra e determinação. As eleições de um candidato a presidente são sempre norteadas pelos candidatos a governador, especialmente do seu partido. Então, todo o comando da campanha de São Paulo ficará a cargo da eleição majoritária do Estado de São Paulo. Existem vários candidatos a governador do PSDB, isso naturalmente fortalece a campanha do governador João Doria a presidente da República, mas um foco muito forte porque ao ter a campanha a partir do dia 5 de agosto, do Rodrigo Garcia, fortalecida, fortalece a campanha nacional também.

FOLHA- O sr. anunciou hoje, pela manhã, que não irá disputar as eleições como candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Rodrigo Garcia. O sr. revelou que pesquisas internas apontaram que a população gostaria que o sr. permanecesse no comando da cidade. Quais outros motivos pesaram na sua escolha?

Morando- Fizemos uma ampla discussão. Primeiro, como surgiu meu nome. Nunca me coloquei como candidato a nada. Começou a surgir. Um dia eu vi meu nome em uma pesquisa, ainda antes de o Rodrigo ser anunciado pelo João como sucessor. Não há uma fala minha dizendo que gostaria de ser candidato, mas sempre respeitei. Isso saiu nos grandes noticiários. Acredito que é fruto da gestão que estamos fazendo em São Bernardo. Podem gostar mais ou menos, mas é inegável que estamos transformando a cidade. Fizemos isso no primeiro mandato e continuamos fazendo no segundo. A cidade é um canteiro de obras. Tem obra de duplicação, tem obra de viaduto começando, tem recapeamento asfáltico. Tem um novo hospital que é o Hospital da Mulher. Respeitei, sempre, os comentários, os noticiários e, agora, desde o começo do ano, passamos a tratar isso no âmbito da política e tive a oportunidade de falar, durante esses meses, com o Rodrigo.

Falamos no final de semana e, ontem à noite, chegamos ao denominador comum, a uma decisão madura de que não seria aceitável, deixar a Prefeitura. Derrotei o PT, tiramos o PT em 2016, 2017. Agora, reeditamos, com minha vitória, derrotando o PT, especialmente o ex-prefeito que foi ministro do presidente Lula e prefeito da cidade, isso poderia soar como uma traição ao povo de São Bernardo e ainda assim, na última semana, fizemos uma pesquisa pelo PSDB de São Bernardo e consolidou. Tivemos quase 70% dos votos na urna e hoje tenho quase 80% de aprovação. As pessoas falaram: “Não, o Orlando não pode deixar a cidade. Ele está indo bem e precisa continuar”.

Interpretar, nós que somos agentes políticos, os cargos que nós ocupamos, não pode ser por vaidade nossa. Até porque pedi para ser prefeito. Se tivesse o sentimento, não, ele já cumpriu a sua missão, está na hora dele ir embora, ficaria mais tranquilo. Mas, o sentimento é esse. Nas redes sociais, não há uma voz contrária, que foi bom eu ter ficado.

Não sou dono da minha vaidade. Não posso falar: “Eu quero fazer alguma coisa”. Tenho 47 anos, se no futuro surgir uma oportunidade, sem decepcionar aqueles a mim confiaram, terei enorme prazer em um novo desafio. Mas, a decisão que nós amadurecemos é de que decepcionaria o povo de São Bernardo, deixando a Prefeitura e levei fortemente isso em conta e decidi permanecer no cargo de prefeito. Peço a Deus que me ilumine e me proteja para chegar até o final do mandato.

FOLHA – Como o senhor irá atuar como conselheiro de Rodrigo Garcia na campanha? Também irá atuar na campanha do pré-candidato a presidente da República, João Doria?

Morando- Sou avesso a essas coisas de conselheiro, mas estou muito próximo a ele, sempre estive e tenho falado diariamente com ele. Semanalmente, em reuniões presenciais. Quero estar da melhor forma para servir. Sou um agente político intenso. Não faço meia campanha, não tenho uma coisa que não seja intensa. Se eu acredito em um candidato, acredito com garra, coragem e determinação. Acredito no Rodrigo Garcia e farei todo meu esforço para que ele continue governando São Paulo. Não apenas até 2022, mas até 2026.

Na campanha nacional não vou conseguir estar presente. Isso não quer dizer que vou continuar ajudando o João. Mas, vou estar mais focado na eleição estadual. 

 

Última modificação em Sexta, 01 Abril 2022 17:16
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