03 May 2024

Publicado em TITO COSTA
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Vamos registrar com alegria o anunciado aparecimento de um novo livro de Monteiro Lobato o “Almanaque Urupês” trazido ao público neste 18 de abril, data de nascimento de Lobato. Segundo leio no jornal O Estado de S.Paulo, Caderno 2, de 17 deste corrente mês de abril, um pesquisador de Taubaté, terra de Lobato, seu conterrâneo, teve acesso ao maior conjunto inédito de textos lobatianos: 47 cartas por ele escritas ao poeta Cesídio Ambrogi, seu amigo, entre 1918 19480. Além dessas cartas, há ainda 15 outras trocadas com outros destinatários e artigos de jornais locais não divulgados.
Conta a nota do Caderno 2 do Estadão, acima referida, que esse pequeno tesouro foi entregue ao pesquisador Pedro Rubim em 2001, pela viúva de Ambrogi, Lígia Fumagally Ambrogi, que morreu em 2012. Pedro Rubim esperou 18 anos até essa obra deixar de ser patrimônio dos herdeiros para tornar-se pública. Assim, foi-lhe organizar o material em plataforma multimídia chamada “Almanque Urupês”, lançado nesta semana em Taubaté, 18 de abril, aniversário de nascimento de Lobato.  
Nessa troca de cartas ele revela sua mágoa em relação à elite de sua cidade natal, que passou a registrar descontentamento por suas criticas ao comportamento dos barões do Vale do Paraíba.  A Câmara Municipal da cidade aprovou em 1922 moções contra o filho ilustre recomendando que seus livros fossem banidos de circulação na cidade. A ira dos parlamentares taubateanos, que representavam a elite econômica local, foi despertada pelo livro Cidades Mortas em que Lobato retrata em linguagem ferina a decadência do Vale do Paraíba, em decorrência da abolição da escravatura. Os vereadores, em sua moção, não poupam ataques a seu conterrâneo Ilustre, cujo nome já se destacava entre os melhores textos da literatura brasileira, bastando lembrar a série de livros infantis registrando as diabruras dos netos de dona Benta, no Sítio do Picapau Amarelo, que ainda hoje faz a alegria de seus leitores, tanto os pequenos como os adultos.  
De minha parte, como leitor constante de Lobato, registro que as malquerências de seus conterrâneos antigos quanto ao escritor e seus livros é interessante na medida em que influenciadas por razões políticas da classe social dominante nos idos tempos de seu filho ilustre.
Segundo Rubim, que hoje traz ao conhecimento público os desconhecidos textos de Lobato, no seu novo “Almanaque Urupês”, foi este taubateano ilustre e imortal, processado na época pela Lei de Segurança Nacional pelo fato de, entre outras lutas que vivenciou, se atrever a escrever sobre o petróleo existente no solo brasileiro, assunto então proibido pela severa legislação getuliana.

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