19 May 2024

Publicado em DIVANIR BELLINGHAUSEN
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Quando eu fiz 60 anos, escrevi sobre a terceira idade. “A Melhor Idade”.
Agora com quase 83 anos, eu fico analisando sobre o que eu pensava. Poder pegar a fila de idosos, pagar meio ingresso, pegar meu carro e ir para onde queria, fazer minhas compras sem pedir nada a ninguém, dar carona aos amigos e parentes...
Agora, depois do quarto câncer e atualmente com neuropatia, continuo independente. Che-guei à conclusão que não devo mais dirigir. As pernas podem falhar, pois elas são dormentes, devido ser uma doença dos nervos, afetando meu corpo todo. Continuo escrevendo catando milho, e quando tenho problema no celular para digitar algo, eu gravo em áudio o que quero falar. Digo que sou sócia do UBER.
Estou beirando as duzentas viagens. Brinco com os motoristas, que como é bom viajar sem pagar. Lógico, o cartão de crédito está cheio de Ubers...rsrsss. Alguns motoristas são legais ea maioria bate um papo e até nos abrimos pela vida. Alguns, são muito atenciosos. Os que não são, na hora da avaliação, não têm gorjeta. Muitos têm boa formação escolar, mas devido a pandemia, acostumaram a ser motoristas.
Tenho uma diarista dois dias por semana. Ela está comigo já há anos e me basta. Pela manhã faço meus “deveres” da casa e depois do almoço, minha hora de Netflix. Eu, que chegava a ir três vezes por semana numa sessão de cinema, agora não sinto falta. Trocamos os nomes dos bons filmes com os amigos, o que é motivo para fazermos os comentários.
Estou escrevendo na quarta (26), pela manhã. Às 13h30 chamo o Uber e vou para o Centro de Memória. Ainda vou fazer dois patês, e minha amiga Hilda vai levar o pão, a base dessas pastas, para a hora que encerramos a reunião. Hoje falaremos sobre os bairros centrais. Eu sempre vivi no mesmo quarteirão. Em 1939, Rua Tomé de Souza, esquina com a Dr. Fláquer. Em 1943, Rua Carlo Del Prete. Em 1947, Rua João Pessoa. Em 1964, Rua Dr. Fláquer. Algumas mudanças sempre nas mesmas ruas. Desde 1996, estou na ladeira da Dr. Flaquer, morando pela primeira vez num prédio e sentindo sempre a falta dos meus jardins. Nas sacadas cuido das minhas flores, que me dão vida.
Bom... falar o que da melhor idade? Não é aquilo que eu dizia aos 60 anos. Precisamos de muito cuidado ao subirmos num banquinho ou escada. Melhor, não subir. Cada vez que filhos ou netos veem aqui, vou vendo o que eles querem levar da casa, pois antigamente eram grandes almoços e reuniões, o que pouco faço hoje. Filhos se revezam nos fins de semana, pois todos moram longe. Netos também, quando podem, vem passar o fim de semana comigo. Irmãs, numa idade próxima, têm seus problemas, mas sempre aparecem aqui. Só posso agradecer ao Pai a família que tenho. O berço em que nasci. Apesar das dificuldades, consigo ser quase independente. Não esqueço de dar um telefonema as amigas que não usam celular e quase não têm com quem falar.
Aproveitem, vocês que são mais jovens, viver a vida para ter boas recordações, pois isso nos faz lembrar quanto felizes somos. Apaguem da mente situações desagradáveis. A vida é um momento.... um sopro.... E, como é bom os mais jovens nos tratarem com respeito. De igual para igual...
Enfim, quem foi agraciado com uma vida longa, precisa aprender a preencher os momentos dela...
Um abraço, Didi

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