As ruas secundárias na área central dessas cidades também estão com o tráfego saturado. O problema se agrava com milhares de carros emplacados a cada ano. Antes, cada família tinha um ou dois carros na garagem. Agora, cada um da família tem seu carro. Haja ruas para tantos veículos. Até anos atrás, o congestionamento ocorria nos horários de picos na parte da manhã e na volta do trabalho. Com o crescimento da frota de veículos em circulação, o congestionamento acontece o dia inteiro. Para se ter uma idéia, dois ou três anos atrás, a distância de carro entre o centro de Santo André até a Igreja Matriz de São Bernardo era de 15 minutos. Bons tempos. Hoje, para percorrer o mesmo espaço, a qualquer hora do dia, a demora fica entre 40 ou 50 minutos. Talvez, uma solução poderia ser o rodízio de veículos, a exemplo de São Paulo. No entanto, para isso seria necessário um acordo entre as três prefeituras, mas a vaidade dos dirigentes de trânsito de cada cidade não permite essa integração, que traria muito benefício aos motoristas que sofrem cada dia com o congestionamento. Muitos motoristas, com a piora diária do congestionamento, a cada ano levantam mais cedo para não chegar atrasado ao emprego. Quer dizer, cada ano acorda meia hora mais cedo e daqui alguns anos vão ter que sair de casa às 2h da manhã. Um outro problema já acontece com os motoristas que enfrentam as ruas congestionadas. A educação ficou para trás. Todo mundo segue a Lei de Gerson (levar vantagem em tudo): não dão passagem para as moças ao volante, procuram jogar os carros de uma faixa para outra ao ver um pequeno espaço, prejudicando os outros carros, não respeitam os semáforos, estacionam em locais destinados a deficientes e idosos, discutem com outros motoristas na disputa de uma vaga difícil no estacionamento de shoppings, supermercados, etc.
Enfim, a situação fica cada vez mais difícil para cada motorista que levanta cedo para ir ao trabalho. As autoridades de trânsito locais, entra ano, sai ano, nunca chegam a uma definição para evitar os conges-tionamentos. A situação pode piorar mais ainda quando as dezenas de torres do “boom” imobiliário esti-verem prontas.