29 Apr 2024


Dia Internacional da Mulher

Publicado em Editorial
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O Dia Internacional da Mulher será celebrado, na quarta (8) de março. Dois eventos marcaram a data e foram determinantes para a oficialização do Dia das Mulheres. O primeiro foi um incêndio na fábrica de roupas Triangle Shirtwaist, em Nova York (EUA), em 1911. Uma tragédia que revelou as terríveis condições de trabalho a que as mulheres eram submetidas. O segundo, foi a marcha das mulheres russas, que saíram às ruas de São Petersburgo, em 1917, para pedir por melhores condições de vida e pela saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial.
A ONU declarou 1975 o Ano Internacional da Mulher. A partir daí, ações e jornadas foram desenvolvidas pela entidade, em todo o mundo, para promover a igualdade de gêneros e a proteção dos direitos das mulheres. Em 1977, a ONU oficializou a data como o Dia Internacional da Mulher.
Com o passar dos anos e graças às lutas promovidas, a mulher vem conseguindo aumentar o seu espaço nas estruturas sociais. A figura da mulher deixou de ser um elemento secundário na sociedade, de mera dona de casa, onde ela passou a exercer, cada vez mais, um papel de protagonista, embora ainda sofra com as heranças do sistema social patriarcal.
Ainda que a mulher esteja conseguindo aumentar a sua presença nas estruturas sociais e no mercado de trabalho, ainda há uma desigualdade de gêneros, principalmente, em relação à questão salarial. Segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial, o Brasil ocupa a 94ª posição em um ranking com 146 países que mede a igualdade de gênero. Na comparação com os países vizinhos, o Brasil fica atrás da Argentina (33º), Guiana (35º), Peru (37º), Bolívia (51º), Uruguai (72º), Colômbia (75º) e Paraguai (80º).
Além disso, a mulher sofre com a desigualdade de outras funções. Ao casar-se, é imputado à mulher assumir o comando das muitas tarefas domésticas, caso o casal não tenha renda o suficiente para contratar uma ajudante do lar ou faxineira. Na maioria das vezes, o homem nada faz e, assim, a mulher passa a acumular nova função, além do seu trabalho como profissional.
Caso, ainda, o casal resolva ter filhos, além de toda a dificuldade, incômodos e mudanças no corpo envolvidas no período gestacional, com o nascimento do bebê a mulher passa a acumular outra nova função. Cuidar e nutrir a criança, enfrentando todas as dificuldades do período pós-parto, como a depressão, e principalmente a mudança radical em seu próprio estilo de vida. Afinal, como conciliar tantas funções: profissional, esposa, administradora de um lar e mãe? Na maioria das vezes, as mulheres acabam sobrecarregadas e esgotadas, sem tempo ou vontade de cuidarem da sua própria individualidade como ser humano.
Como se tudo isso não bastasse, a mulher ainda é vítima de discriminação social ou em ambiente corporativo. Afinal, que mulher nunca foi interrompida, durante sua fala ou explanação, para que fosse desencorajada a falar? Qual mulher nunca ouviu um comentário preconceituoso sobre a condição de dirigir um veículo? Isso, sem mencionar as muitas mulheres que são vítimas de violência de seus parceiros. No primeiro semestre de 2022, o Brasil bateu recorde de feminicídios, registrando cerca de 700 casos no período.
Portanto, ainda que a mulher tenha conquistado muitos direitos, como ao voto, a Lei Maria da Penha, a Delegacia das Mulheres, e maior participação no mercado de trabalho e na política, a condição existencial de ser mulher, ainda a condiciona a uma situação diária de constante superação, seja do machismo ou dos inúmeros obstáculos e desafios que o simples fato de ser mulher a imputa.

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