01 May 2024


A redução da população jovem

Publicado em Editorial
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A população brasileira está envelhecendo e, com isso, o Brasil está se aproximando do fim do “bônus demográfico”, que ocorre quando a população na faixa etária adulta, que forma a mão de obra, é maior e cresce mais do que as demais faixas da pirâmide populacional, formada, também por crianças e idosos. Com isso, novos desafios surgem para o País, principalmente em relação à continuidade do idoso em desempenhar plenamente seu papel na sociedade.
   Em 2012, 49,9% da população tinha menos de 30 anos no Brasil, porém essa marca caiu para 43,3% em 2022. Agora, os mais jovens já não correspondem mais nem a metade da população brasileira. Consequentemente, o percentual de idosos, com 60 anos ou mais, subiu de 11,3% para 15,1% no mesmo período, segundo dados da Pnad Contínua Domicílios e Moradores, divulgada pelo IBGE, na última semana.
Com esse cenário, será preciso que o País produza mais, com os mesmos recursos e com a mesma quantidade de mão de obra e isso será um enorme desafio.
   A economia cresceu, ao longo das últimas décadas, menos do que poderia, com diversas crises, investimentos insuficientes em tecnologia, educação e baixa produtividade, passando ainda por crise inflacionária e desemprego crescente. Associado a isso, houve queda no número de nascimentos, a população passou a crescer mais lentamente e, ainda, houve o aumento da longevidade. Assim, a proporção dos idosos na população tem aumentado consideravelmente.
   A proporção de idosos, com 60 anos ou mais, passou de 4,4%, em 1950, para 16,2%, em 2022, percentual que equivale a 7,31 milhões de paulistas, segundo dados, de julho de 2022, do estudo ‘Envelhecimento demográfico avança no território paulista’, realizado pela Fundação Seade, órgão do Governo do Estado de São Paulo.
   O índice de envelhecimento demográfico alcançou 86,7%, ou seja, há quase 87 idosos a cada 100 crianças ou jovens (de 0 a 14 anos) no Estado. Em 1950, a taxa era de 11,3%. No ano 2000, era de 34,1%. Contudo, nos últimos 22 anos, o índice teve crescimento motivado pela queda da fecundidade e o aumento da expectativa de vida da população. A projeção para 2026 já é de equiparação nos números de idosos e crianças ou jovens.
   No Brasil, a população total foi estimada em 212,7 milhões em 2021, o que representa um aumento de 7,6% ante 2012. Nesse período, a parcela dos 60 anos ou mais saltou de 11,3% para 14,7% da população. Em números absolutos, esse grupo etário passou de 22,3 milhões para 31,2 milhões, crescendo 39,8%. Os números foram divulgados no final de julho (2022) pelo IBGE, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua.
   O Brasil deverá chegar a 2050 com cerca de 15 milhões de idosos, dos quais 13,5 milhões com mais de 80 anos, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2025, o país será o sexto do mundo com o maior número de idosos. Mas, o País está preparado para o envelhecimento da sua população? Ainda não e sem o preparo necessário, haverá um elevado número de pessoas doentes, carentes e até incapacitadas.
Atualmente, além do ideal de juventude ainda estar no imaginário da população, que não vê o envelhecimento como algo positivo e, o que se assiste no cenário nacional, é o aumento no número da violência, prática de estelionatos e políticas públicas incipientes. Apesar da criação de políticas voltadas para essa camada da população, como o Estatuto do Idoso, instituído em 2003, a velocidade do envelhecimento tem superado a implementação de ações para oferecer melhores condições de vida à terceira idade.
   Viver em uma sociedade onde há mais idosos do que crianças, requer um planejamento intenso e que, assim como a questão ambiental, quase ou pouco faz parte do debate de políticas públicas no Brasil.

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