As férias escolares chegaram, trazendo um grande alívio aos motoristas, talvez nem tanto para as mães e pais. Neste mês, o trânsito, não só pelo ABC, mas também por São Paulo apresenta melhora significativa.
   Faltam pesquisas que apurem e possam mensurar o impacto das férias no trânsito da região, por parte do Consórcio Intermunicipal ou das próprias universidades da região, porém é possível se ter uma ideia, de acordo dados do IBGE (os mais recentes são de 2021). O ABC possui, no total, 1.128 escolas, de nível fundamental e médio, além disso, na região há mais de dez universidades, com dezenas de milhares de alunos. No Estado de São Paulo, o número passa de 600 instituições de ensino.
   Com todas essas instituições de ensino, dá para imaginar como é feito o deslocamento desses estudantes. Na maioria dos casos, o transporte de muitos alunos é feito por carros. O ABC, conhecido como o berço da indústria automotiva do Brasil, detém frota de 1.854.684 veículos, de acordo com dados do Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito), o que equivale a, aproximadamente, a seis veículos a cada dez moradores. Os números equivalem a cerca de 65% dos quase 2,7 milhões de habitantes da região.
   Agora, milhares de pais, mães, avós ou os próprios universitários não estarão, pelo menos neste mês, nas vias públicas do ABC, se deslocando para suas respectivas institui-ções de ensino. Não tem como não reparar que, após poucos dias do início das férias, o congestionamento já mudou. Por exemplo, por volta das 7h, um trajeto do Centro de Santo André, ao Centro de São Bernardo, que rotineiramente chega a demorar até 35 minutos, agora, não dura nem 15 minutos.
    Se até então, diariamente, no horário de pico das entradas nas escolas, por volta das 7h, os motoristas enfrentavam excesso de veículos em todas as localidades e bairros onde possuem unidades escolares, agora, desde o início de julho, o tráfego de veículos já reduziu consideravelmente.
   No período letivo, outro horário de pico, a saída dos estudantes, gera transtornos e caos em diversos pontos das cidades do ABC. É rotineira a fila dupla de veículos nas portas das escolas. Quase não há fiscalização, por parte do poder público, e quando há, continua sendo ineficiente, pois, ainda assim, em muitas escolas, não há organização para a enorme fileira de carros que se formam na porta, com pais, geralmente, atrasados para outros compromissos cotidianos e estressados. Em localidades onde as instituições de ensino estão instaladas em áreas residenciais, ou comerciais que possuem entrada e saída de veículos de seus moradores, ou funcionários, a situação é ainda pior.
   Na Rua João Pessoa, por exemplo, no Centro de São Bernardo, a saída de alunos de uma escola impede que os moradores da rua saiam com seus veículos no horário do almoço, pois muitos pais param em fila dupla, causando grande congestionamento. A situação só começa a melhorar por volta das 13h. Não há fiscalização. Assim, como não há fiscalização, para a mesma situação, que em Santo André, no bairro Campestre e Jardim, que possuem diversas escolas.
   Apesar disso, pelo menos os motoristas, moradores e funcionários de empresas e comércios, nas proximidades de escolas terão um mês de sossego, com alívio do estresse gerado por esses transtornos citados e, ainda, terão ruas e avenidas menos congestionadas para se descolarem.