03 May 2024


Os transplantes de órgãos no Brasil

Publicado em Editorial
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   Os transplantes de órgãos ganharam destaque no País, nas últimas semanas, após a divulgação da informação de que o apresentador Fausto Silva estaria na fila para receber um coração. Faustão, de 73 anos, estava internado desde o dia 5 de agosto após apresentar um quadro de insuficiência cardíaca. No último domingo (27) de agosto, passou por um transplante cardíaco, no Hospital Albert Einstein.
   Com o anúncio da necessidade de transplante pelo apresentador, circularam nas redes sociais fake news sobre como funciona a regulação do sistema no país e até que Faustão teve prioridade por ser abonado.
   A fila de transplantes no Brasil é única e regulada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O sistema nacional funciona de acordo com critérios técnicos como compatibilidade de sangue, parâmetros de peso e altura, além de fatores como a gravidade do caso.
   Faustão ocupava o segundo lugar na fila de espera por um coração, segundo a Central de Transplantes do Estado de São Paulo e, de acordo com o Ministério da Saúde, o apresentador foi priorizado na fila de espera em razão de seu estado de saúde, que era considerado grave.
   A insuficiência cardíaca é a principal indicação para o procedimento. Estima-se que a doença atinja cerca de três milhões de brasileiros. O órgão se torna incapaz de bombear o sangue adequadamente para as demais partes do corpo. Como consequência, podem surgir danos às funções dos pulmões, dos rins e do fígado.
   No Brasil, o primeiro procedimento de transplante cardíaco foi realizado em 1968, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
   No Brasil, segundo dados do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, de 1º janeiro até 27 de agosto deste ano, o tempo de espera para transplante de coração foi menor do que 30 dias para 72 dos pacientes na lista - o equivalente a 27,5% do total de pessoas transplantadas. Para outros 65 pacientes (29%), o tempo de espera foi de 30 a 90 dias. Isso significa que mais da metade do percentual de pacientes (52,3%) teve a oportunidade de receber a doação em até três meses.
   No Estado de São Paulo, de acordo com os registros da Central de Transplantes do Estado, apenas no primeiro semestre de 2023, foi registrado 5.077 transplantes de órgãos, um aumento de 10,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Nas operações de coração, foram 75 órgãos transplantados de janeiro a junho, dois a mais que em 2022 e também superando os primeiros semestres de 2021 (73), 2020 (67), 2019 (74) e 2018 (64).
   Também, segundo a Central, houve aumento do número de doadores. Foram 612, um crescimento de 13,5% se comparado ao mesmo período do ano anterior. Houve ainda diminuição da recusa de familiares, com 38,6% no primeiro semestre de 2023, ante 41% entre janeiro e junho de 2022. Até o final de julho deste ano, 20,8 mil pacientes aguardavam por doação de órgãos. As maiores demandas são por operações de rim, córnea e fígado, com lista de espera de 16,2 mil, 3,7 mil e 462 pacientes, respectivamente. Quanto aos transplantes cardíacos, 180 pessoas estavam na fila até o mês passado.
   Os pacientes que precisam de transplantes são inscritos no Cadastro Técnico do Sistema Estadual de Transplantes de São Paulo. A gestão do cadastro e da distribuição de órgãos é feita em conjunto com o Sistema Nacional de Transplan-tes. Porém, é fundamental que os possíveis doadores comuniquem este desejo à família. A doação de órgãos salva vidas e é um ato de amor a todas as pessoas que aguardam por um transplante.

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