Dados da pesquisa Datafolha, divulgada no domingo (3), pelo jornal Folha de S.Paulo, apontam que 32% dos moradores de São Paulo se identificam como petistas, 15% como bolsonaristas e 33% responderam que são “neutros” ou nem petistas ou bolsonaristas. O levantamento foi realizado, nos dias 29 e 30 de agosto, em São Paulo e ouviu 1.092 pessoas de 16 anos ou mais - faixa etária que contempla pessoas aptas a votarem em eleições.
São Paulo destoa do resultado nacional, em que 29% da população com idade para votar se diz petista e 25%, bolsonarista. Vale lembrar que, na eleição de 2022, 54% dos votos dos paulistanos foram para Lula (PT) na disputa com Bolsonaro (PL), que teve 46%.
Além disso, foi revelado que 45% dos paulistanos avaliam o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como “bom ou ótimo” e 25% como “ruim ou péssima”.
A pesquisa Datafolha também questionou os moradores do município de São Paulo sobre o governo Tarcísio. Para 30%, a gestão do governador é boa ou ótima, enquanto 27% consideram o governo ruim ou péssimo. Outros 38% dos paulistanos avaliam o mandato como regular.
Essas avaliações, tanto do presidente Lula, quanto do governador Tarcísio, podem trazer reflexos consideráveis para as eleições de 2024, não só em todo o Estado, mas também no ABC.
Na Capital, por exemplo, a avaliação positiva de Lula entre os eleitores paulistanos pode influenciar a candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) à Prefeitura de São Paulo. Boulos já conta com o apoio de Lula e do PT. Até o momento, o deputado lidera as intenções de voto, segundo pesquisa Datafolha divulgada na quinta (31) de agosto.
No ABC, Lula também deverá apoiar candidatos à prefeito e, assim, influenciar diretamente na projeção das candidaturas à reeleição de Marcelo de Oliveira (Mauá), José de Filippi Júnior (Diadema) e ainda na disputa pelo comando do Paço de São Bernardo, com apoio a pré-candidatura do deputado estadual Luiz Fernando (PT).
Em recente coletiva, Luiz Fernando revelou que Lula lhe falou: “Escolhi São Bernardo para viver, local onde nasceram meus filhos, onde me casei duas vezes e virei uma grande liderança sindical, onde montei o maior partido de esquerda democrática do mundo, o PT. Foi em São Bernardo que montei a CUT e foi São Bernardo que me projetou para presidente da República e tenho um carinho e um compromisso com a cidade muito forte”. Depois dessa afirmação, é possível imaginar o tamanho do apoio que o deputado receberá para retomar a Prefeitura de São Bernardo, que mais recentemente, foi governada, por duas vezes, pelas administrações petistas dos ex-prefeitos Maurício Soares e Luiz Marinho.
Já o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em primeiro mandato eletivo, ainda não deixou transparecer quais poderão ser os candidatos que deverão receber seu apoio. Aliados de Tarcísio defendem que ele dose, com cautela, sua participação nas eleições de 2024 e apoie somente por candidatos em locais estratégicos. Assim, evitaria atritos com partidos da base que podem concorrer entre si em alguns municípios. Por enquanto, estão no alvo as cidades de Campinas, Sorocaba, onde a legenda disputa a reeleição, e São José do Rio Preto, onde a atual secretária de Esportes, Coronel Helena, deve se lançar.
No ABC, ainda não há definição, mas considerando o atual arco de alianças do governador, que conta com o PSD, do Secretário de Governo, Gilberto Kassab, o PL, de Jair Bolsonaro, e o PP, há possibilidade das pré-candidaturas a prefeito de Luiz Zacarias (PL), em Santo André; a reeleição de Guto Volpi (PL), em Ribeirão Pires; Alex Manente (Cidadania), em São Bernardo, que já recebeu apoio do Kassab, ganhem o seu apoio.
Contudo, como ainda falta um ano e a política, como diria o ex-deputado federal, governador de Minas e ministro, Magalhães Pinto, “é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”, deve-se aguardar e acompanhar os desdobramentos para, assim, ser possível responder à pergunta: Lula ou Tarcísio, qual apoio poderá ter influência maior no resultado das urnas no ABC?