03 May 2024


O baixo gasto com o aluno

Publicado em Editorial
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   O Brasil é o ‘terceiro pior País’ em investimentos por aluno de ensino básico público. O dado foi divulgado na terça (12), pelo relatório Educationat a Glance, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O estudo analisa 41 países segundo à uma série de indicadores que permitem a comparação dos sistemas educacionais, entre eles quanto cada País investe, por aluno, em educação básica.
   O Brasil destina US$ 3.583 (cerca de R$ 17,7 mil) a cada aluno da educação básica por ano. É o terceiro pior no ranking, ficando à frente apenas do México (US$ 2.702) e África do Sul (US$ 3.085). A média da OCDE é de US$ 10.949. Luxemburgo é o primeiro colocado (US$ 26.370), seguido pela Suíça (US$ 17.333) e Bélgica (US$ 16.501). O valor envolve todos os recursos que os governos destinam à educação pública, divididos pelo total de matrículas no ensino fundamental e no médio.
   Quando se fala em ensino superior, o Brasil investe US$ 14.735 anualmente por estudante. O valor se aproxima da média da OCDE de US$ 14.839 e está acima até de países como os Estados Unidos.
   O estudo revela ainda um panorama sobre o ensino profissionalizante. No Brasil, o total de jovens matriculados na educação voltada para formação profissional é inferior à média verificada entre os membros da OCDE - grupo de países que é referência em desenvolvimento humano e PIB per capita (produto interno bruto por habitante). Segundo o levantamento, no Brasil, apenas 11% dos alunos do ensino médio de 15 a 19 anos estão matriculados em programas profissionais. Para jovens de 20 a 24 anos, a porcentagem é a mesma. Nos países membros da OCDE, 37% dos jovens de 15 a 19 anos e 65% dos jovens de 20 a 24 anos estão matriculados em cursos profissionalizantes.
   Em média, no Brasil e nos membros da OCDE, 62% dos alunos do ensino profissionalizante completam o curso dentro do prazo previsto. Mas, tem os que abandonam o curso antes de terminar. O estudo revela que no Brasil, entre os jovens de 25 a 34 anos, 28% não concluem o curso profissionalizante. Nos países da OCDE, em média 14% dos alunos abandonam o curso antes da conclusão. A entidade alerta para a falta de atenção aos cursos profissionalizantes. “O ensino profissionalizante ainda é visto como opção alternativa para estudantes com dificuldades para estudar ou que têm pouca motivação”, afirma.
   Outro dado apresentado no relatório é a alta porcentagem dos jovens “nem-nem”, aqueles que não estudam, nem trabalham. No Brasil, na faixa de 18 a 24 anos, totalizam 24,4%. É o sexto pior indicador entre os países da organização, cuja a média nesse índice é 14,7%. De acordo com o estudo, os jovens “nem-nem” é um dos maiores desafios de todos os países.
   Segundo dados da Subsecretaria de Estatísticas e Estudos do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego, dos 207 milhões de habitantes do Brasil, 17% são jovens de 14 a 24 anos. Desses, em julho deste ano, 5,2 milhões estavam desempregados, o que corresponde a 55% das pessoas nessa situação no País, que, no total, chegam a 9,4 milhões. Entre os jovens desocupados, aqueles que nem trabalham nem estudam somam 7,1 milhões, sendo que 60% são mulheres, a maioria com filhos pequenos.
   De acordo com o relatório, com dados de 2020, o Brasil reduziu os gastos públicos com educação em 10,5%. No entanto, em outros serviços públicos, houve um aumento de 8,9% nos investimentos. Os países membros da OCDE apresentaram crescimento em outras áreas entre 2019 e 2020 (9,5%), porém elevaram os recursos da educação em 2,1%.

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