26 Apr 2024


Nem o dinheiro evitou o fracasso olímpico

Publicado em Editorial
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15/09/12

Nem o dinheiro evitou o fracasso olímpico

Somente agora os jornais da Capital publicam os gastos oficiais com os atletas que fracassaram nos Jogos Olímpicos de Londres. Em compensação, nos Paraolímpicos, o Brasil teve uma participação brilhante, conseguindo um total de medalha que arrasou os atletas normais e com os dirigentes esportivos. O País gastou R$ 129,42 milhões em recursos públicos apenas com atletismo brasileiro comandado pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) entre 2008 a 2012, de acordo com matéria publicada no Estadão, na segunda (10). Por sua vez, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) recebeu R$ 80,23 milhões e a de Basquete (CBB), R$ 60,47 milhões.

No entanto, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) conseguiu apenas R$ 27,2 milhões no último ciclo olímpico (quatro anos), porém, conseguiu quatro medalhas, sendo uma de ouro e três de bronze. Essa grana veio da CEF, 70 milhões; banco estatal, R$ 37 milhões; Comitê Olímpico Brasileiro (COB), repasse de R$ 11,9 milhões e do Ministério do Esporte, R$ 10,473 milhões, mas, os atletas brasileiros não ganharam nenhuma medalha, nem as “estrelas” Fabiana Murer, campeã mundial do salto com vara, que desistiu de participar por causa do forte vento; Maureen Maggi, campeã olímpica do salto em distância, que fracassou nos três primeiros saltos e não se classificou para a segunda etapa e também Mauro Vinícius da Silva, campeão mundial do salto em distância em pista coberta. O Brasil, desde os Jogos do México de 1968, só não ganhou medalha no atletismo em 1992 (Barcelona). No entanto, quem assistiu aos Jogos pela televisão pode notar quando as TVs mostravam de perto alguns atletas brasileiros na pista de atletismo. Quase todos usavam sofisticados óculos escuros por causa do sol, etc.
Na natação, com R$ 82,2 milhões, vindo dos Correios, R$ 55,6 milhões; COB, R$ 11,176 milhões; Ministério do Esporte, R$ 3,33 milhões e R$ 10,122 em patrocínios por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, no período de quatro anos que antes dos Jogos de Londres, serviram somente para ganhar duas medalhas (prata e bronze) e nem chegou perto do pódio em saltos ornamentais, nado sincronizado, maratona aquática e polo aquático. A Confederação Brasileira de Vela e Motor (CBVM) recebeu no último ciclo olímpico (quatro anos) R$ 12,82 milhões em recursos públicos para ganhar um bronze na classe Star. Para o basquete, a verba foi R$ 60,47 milhões, sendo o patrocínio da estatal Eletrobras da ordem de R$ 41,4 milhões e o time não ficou nem entre os três primeiros que subiram ao pódio. A Confederação de Hipismo (CBH) recebeu R$ 9,8 milhões em quatro anos de repasse do Ministério do Esporte e nada foi investido em manutenção de atletas.
Percebe-se, assim, que o poder público, realmente, está incentivando o esporte olímpico brasileiro. No entanto, como o dinheiro tem que percorrer um longo caminho em quatro anos até chegar aos atletas, a realidade chegou durante os Jogos de Londres: fracasso quase total. O ministro do Esporte, Aldo Rabelo, no início dos Jogos, anunciou com muita esperança que o objetivo era conquistar mais de 30 medalhas. Ficou só na vontade.

 

Última modificação em Sexta, 14 Setembro 2012 10:47
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