O Dia Internacional da Mulher foi celebrado na sexta (8). A data, que foi oficiali-zada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, simboliza a luta histórica das mulheres para terem suas condições equiparadas às dos homens.
   Se inicialmente, a data remetia à reivindicação por igualdade salarial, atualmente, o Dia Internacional da Mulher remete a busca das mulheres por igualdades de gênero e combater o machismo e a violência.
   O mês de março está marcado na história por alguns acontecimentos considerados marcos para o estabelecimento do Dia das Mulheres. Em 1908, 15 mil mulheres marcharam por Nova York (EUA) pedindo a redução das jornadas de trabalho, salários melhores e direito ao voto. Em 1909, o Partido Socialista da América declarou o primeiro Dia Nacional das Mulheres.
   No dia 25 de março de 1911, ocorreu um incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist Company, em Nova York (EUA). O incêndio vitimou 146 pessoas, 125 mulheres e 21 homens. No momento em que a Triangle pegou fogo, as portas estavam trancadas.
   Também, 1911 foi o ano em que o Dia das Mulheres foi celebrado, pela primeira vez, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça. Atualmente, a data é comemorada em mais de 100 países, como um dia de protesto por direitos ou de celebração das conquistas femininas.
   De fato, a ocasião é um momento para celebrar os avanços das mulheres na sociedade, na política e na economia, e não foram poucos.
   Entre as conquistas, a principal delas foi adquirir o direito de estudar, um dos principais recursos para emancipação das mulheres, até então, limitadas à esfera doméstica. As mulheres tiveram suas primeiras vitórias na luta pelo acesso à Educação, apenas no século XIX. Em 1837, passou a ser permitida a entrada de mulheres em universidades nos Estados Unidos. Na Europa, o acesso à Educação se popularizou após a 1ª Guerra Mundial. Já no Brasil, o direito de estudar além do primário (atual Ensino Fundamental) foi conquistado em 1827. Em 1879, as meninas ganharam finalmente o direito de cursar uma faculdade.
   Outra conquista foi o direito ao voto. Em 1920, as mulheres americanas ganharam o direito ao voto com a 19ª Emenda à Constituição dos Estados Unidos. Na Inglaterra, as britânicas conquistaram o direito ao voto em 1918. No Brasil, esse direito só foi garantido pela Constituição de 1932, após uma luta de mais de dez anos.
   Nos 1960, as mulheres passaram a ter mais controle sobre a gravidez, com o lançamento da primeira pílula anticoncepcional. Também adquiriram algumas liberdades civis, como o direito à herança e requerimento da guarda dos filhos e foi estendido às mulheres o poder familiar, antes restrito aos homens. Em 1977, foi aprovada a Lei do Divórcio, que conferiu liberdade e autonomia para as mulheres interromperem casamentos mal sucedidos. Já em julho de 2023, entrou em vigor lei federal que garante o pagamento de salários iguais para homens e mulheres que exerçam a mesma função.
   Apesar dos avanços, as mulheres ainda têm muitos desafios para serem superados. Entre eles está a sobrecarga de trabalho doméstico, salários mais baixos que os homens, a violência ou agressões verbais motivadas por gênero, seja na área profissional ou pessoal. Além disso, muitas mulheres são mães solteiras e, muitas vezes, desempenham papel de mãe e pai ao mesmo tempo. Também sofrem com o etarismo, com cobranças e julgamentos da sociedade se optaram por permanecerem solteiras, ou não terem filhos. Dentre outros tantos. Esses e outros tantos obstáculos ainda não foram superados e precisarão de muito mais tempo para que ocorram mudanças.