O Brasil tem batido recordes de exportações. Em 2023, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) sobre a Balança Comercial Brasileira, o País exportou o equivalente a US$ 339,7 bilhões de dólares, crescimento de 1,7% em relação a 2022, de bilhões. O setor agropecuário é um dos grandes responsáveis para esses patamares elevados, respondendo por 24% das exportações brasileiras, somando US$ 81,5 bilhões em 2023, com crescimento de 9% ao longo do ano.
  Em 2024, em todo o País, as exportações de produtos do agronegócio foram de US$ 11,72 bilhões em janeiro. O Estado de São Paulo foi o principal exportador do agronegócio brasileiro, representando 18,9% das exportações do Brasil.
   A região do ABC também tem visto os seus índices de exportações subirem. Fechou o primeiro semestre de 2023 com movimentação de US$ 2,52 bilhões em exportações. Porém, diferentemente das outras localidades do país, no ABC, o forte são as exportações de veículos automóveis, tratores, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, material de transporte e matérias têxteis, plásticos e borrachas, material de transporte e máquinas, entre outros.
   Não é novidade que o ABC, que já foi reconhecido como berço da indústria automotiva nacional iniciada na década de 1950, tem perdido, ano após ano, sua vocação industrial, principalmente com o sucateamento dos parques fabris. Assim, além da atividade petroquímica, que está entre as pioneiras do país, com a inauguração do Polo de Capuava, em 1972, primeiro do setor no País, atualmente, está a prestação de serviços.
De acordo com dados do IBGE, no ABC há 188.883 empresas do setor de serviços, 87.803 de comércio, 31.580 indústrias e 19.022 da construção civil, totalizando 327,2 mil empresas ativas.
  Porém, a tecnologia também está mudando o perfil do ABC. Os Parques Tecnológicos da região têm trazido novas perspectivas para os negócios locais, posto que são recursos importantes por serem favoráveis à inovação e à competitividade, provendo a transferência das tecnologias de ponta desenvolvidas nos institutos de ensino e pesquisa para o setor produtivo, assim como induzindo o nascimento de novas empresas e fomentando empregos.
  Em Santo André, que possui PIB de R$ 29,44 bilhões, o Parque Tecnológico possui 34 empresas participantes para desafios HUB de Inovação Aberta, com parcerias com a Associação Comercial e Industrial (Acisa), ETEC, FATEC, São Judas, Sebrae, Senai, UFABC, FAPEN, FEI, Fundação Santo André, Metodista, entre outros. A sede está sendo construída em área de 200 mil m², com 20 mil m² para a estrutura física, cujas obras devem ficar prontas no primeiro semestre de 2025.
   Em São Caetano, foi inaugurado nesta semana, o Parque Tecnológico da cidade. Inicialmente serão 20 startups selecionadas com projetos voltados para a área de tecnologia. O equipamento contará com diversas parcerias, entre elas, com a USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), a Faculdade de Engenharia Mauá, o Sebrae, a Universidade Federal do ABC, a FATEC, ETEC e o Senai. O município se destaca em relação a outros do ABC. São Caetano não perdeu seu protagonismo industrial, pois não sofreu mudança de perfil como ou-tros da região. Continua sendo sede de uma das maiores empresas automotivas do País e uma das varejistas brasileiras.
   Agora, o desafio do ABC será incentivar e captar empresas e startups com projetos que possuam potencial para impulsionarem o desenvolvimento da economia local, rumo a neoindustrialização, não só com o fomento de empregos, mas, principalmente, que possa alavancar a região com tecnologia e inovação para, assim, contribuírem com que os municípios desenhem um novo futuro vocacional econômico e voltem a ter o seu protagonismo no cenário da economia nacional.