08 May 2024

Publicado em Editorial
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16/02/13

O ABC fecha 52 mil vagas

O ABC, berço do sindicalismo brasileiro depois do regime militar, mais uma vez, passa por um período não favorável com seu parque industrial. No ano passado, foram fechados 52 mil postos de trabalho formais e informais. Diante disso, a área de serviço, pela primeira vez, tem mais da metade dos empregos na região. Para se ter uma idéia, o corte de empregos no ABC é quase quatro vezes maior do que foi efetuado em todas as fábricas da área metropolitana de São Paulo, que perdeu apenas 11 mil vagas no ano passado.

Os dados são de pesquisas de emprego e desemprego realizadas pela Fundação Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico), que foram divulgados pelo Estadão, edição de domingo (3). O período de crise foi iniciado em agosto de 2011. O governo federal quis reverter a política econômica de contenção para conseguir retomar o crescimento da atividade com base na redução dos juros e ampliação de crédito. Assim, o emprego industrial deu um pulo com a abertura de 40 mil vagas, atingindo o nível de emprego industrial em dezembro um pico fora do normal. Por isso, durou pouco. Para Alexandre Loloian, coordenador de análises de pesquisa do Seade, “foi criado uma expectativa irreal e a ocupação cresceu muito. No primeiro trimestre de 2012 e aconteceu aquela capotada, porque não se confirmou a retomada”. O resultado foi que em março, as fábricas do ABC eliminaram 58 mil postos de trabalho, sendo que 18 mil não tinham sido abertas.
A explicação, segundo o jornal, é que o ABC concentra indústria dos setores mais afetados pela crise econômica mundial, como o metalomecânico, que abrange fabricantes de máquinas para escritório a veículos, autopeças e máquinas e equipamentos, representando 58% da ocupação industrial do ABC, e que fechou 33 mil vagas no ano passado. A matéria diz ainda que “as empresas do ABC apostaram que a substituição da política de contenção por incentivos de crescimento da atividade econômica, colocada em prática pelo governo federal no segundo semestre de 2011, iria resultar em aumento da demanda e também acelerar as contratações. O crescimento econômico não se confirmou no primeiro trimestre de 2012, desse jeito, as empresas demitiram mais trabalhadores do que os contratados”.
Sobre tudo isso, o morador do ABC ainda tem que “engolir” a avaliação de Paulo Francini, diretor da Fiesp, publicada na mesma matéria, pois a região tem azar de ter uma concentração de setores industriais que mais perdem na atual conjuntura: “Temos um ambiente que é de pobreza, e dentro da pobreza tem  miséria. Pobreza é o Estado de SP que perdeu milhares de emprego. A miséria são as áreas, como o ABC, que concentram os setores que mais perderam”.
Realmente, é de doer um diretor da Fiesp fazer um comentário falando sobre “miséria e pobreza”. Esperava-se, pelo menos, mais elegância nas palavras do referido diretor. É pena.

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