14 May 2024


Mercado brasileiro tem apenas 0,15% de carros elétricos

Publicado em Autos
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   Seguindo a meta de zerar a emissão de poluentes até 2050, países como Noruega, Holanda, Reino Unido e Estados Unidos deslancham na eletrificação veicular. Em janeiro de 2021, a Noruega se tornou o primeiro país do mundo a superar 50% de carros elétricos vendidos. Por aqui, a realidade é um pouco diferente. Os veículos elétricos representaram apenas 0,15% do mercado brasileiro em 2021. Inúmeros são os desafios para o país alavancar na eletrificação.

   De acordo com a vice-presidente de Relações Institucionais, Comunicação e ESG da General Motors América do Sul, Marina Willisch, as projeções da montadora apontam que o volume de carros elétricos irá mais que dobrar de 2025 a 2030, chegando em torno de 3 milhões de unidades. No entanto, a executiva lista quatro grandes desafios para a massificação do carro elétrico no país: A conscientização do consumidor, a redução contínua do custo das baterias, a adoção de políticas públicas e a expansão da infraestrutura. “A GM anunciou que planeja se tornar neutra em carbono em seus produtos e operações globais até 2040. Para chegarmos lá, os governos precisam incentivar a tecnologia por meio de políticas públicas”, afirma Marina.

   Herbert Diess, CEO do Grupo Volkswagen, avalia que o Brasil é praticamente um continente devido à sua extensão e que não será possível eletrificar todo o país num curto espaço de tempo, pois seria possível muito investimento. Diess defende o uso do carro híbrido, com dois motores distintos e complementares. Sendo um à combustão (álcool ou gasolina) e outro movido à eletricidade. “O carro híbrido é uma excelente transição de dois, três, quatro anos até que cheguem os carros elétricos de forma mais concreta. Vamos demorar um pouco mais na transição para eletrificação e aqui há biocombustível e etanol”, afirma o CEO.

Preço e oferta

   Diferente do que acontece em países como Alemanha, China e Estados Unidos, onde a população é incentivada e ganha benefícios (8 mil euros) para adquirir um veículo elétrico, no Brasil o alto custo das baterias é mais um entrave à eletrificação, representando, hoje, algo entre 35% a 60% do valor do veículo. Segundo Marina Willisch, da General Motors, “a GM está trabalhando continuamente nesta questão e já desenvolveu uma tecnologia que deve igualar o preço dos carros elétricos aos à combustão de mesma categoria até 2025. A partir daí é uma questão de escala, o carro que vender mais terá seu custo diminuído e, portanto, menor preço ao consumidor”, afirma a executiva.

Infraestrutura e corredores elétricos

   A questão da infraestrutura também é outro desafio da eletrificação no país. “Hoje, a maioria dos usuários de carros elétricos abastece em estações de recargas instaladas em casa ou no trabalho. Como a média de deslocamento é de 40 quilômetros por dia, basta uma noite de recarga para rodar mais de uma semana. Mas os eletropostos públicos são fundamentais para deslocamentos longos e recargas ultrarrápidas”, afirma Marina. Neste contexto, entram os corredores elétricos, com postos de recarga em estradas e rodovias. A BMW criou um corredor entre Rio de Janeiro e São Paulo e, recentemente, a Volvo anunciou que vai instalar 13 eletropostos em estradas que ligam São Paulo a outras capitais. O CEO do Grupo VW, Herbert Diess, afirma que a montadora começou a instalar carregadores ultrarrápidos que irão cobrir todo o estado de São Paulo até o final de 2022. “O trabalho conjunto do Governo, iniciativa privada, entidades e universidades é fundamental para o avanço da infraestrutura da eletrificação no País”, afirma Diess. De acordo com a GM, a eletrificação é um caminho sem volta e que para que ela se torne uma realidade em qualquer mercado, é preciso que muitos stakeholders trabalhem juntos. “Todos nós seremos beneficiados. Queremos nos aliar a quem mais esteja interessado em fazer isso acontecer. Este é um mercado que irá crescer nos próximos anos e as oportunidades são diversas, desde estrutura de carregamento até oficinas qualificadas para a manutenção de carros elétricos, qualificação de mão de obra e desenvolvimento de novas tecnologias. E, via de regra, ganha mais e mais rápido quem chega primeiro”, afirma Marina Willisch.

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