A Universidade Federal do ABC (UFABC) inaugurou novo prédio de laboratórios no campus São Bernardo. O novo prédio de 5.800 m² abriga 22 laboratórios de pesquisa, 20 de graduação e salas da pós-graduação. De acordo com o reitor da universidade, Dácio Matheus, a construção do novo prédio contou com recursos do Governo Federal do governo Dilma e também do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Finep), da bancada federal paulista e algumas emendas de deputados federais. O valor total do investimento foi de R$ 28,5 milhões. O Governo Federal repassou R$ 13,6 milhões e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Finep) foi responsável por R$ 3,1 milhões. De emendas parlamentares, concedidas pela Bancada de São Paulo, foi repassado o valor total de R$ 10 milhões, e, individualmente, pelos deputados Alencar Santana (PT), Ivan Valente (PSOL), Paulo Teixeira (PT) e Vicentinho (PT), o valor total de quase R$ 1,9 milhão. O reitor revela que ainda há outras obras para serem inauguradas no campus de São Bernardo. Segundo a secretária de ensino superior do MEC, Denise Pires, há dez obras paralisadas na UFABC. A inauguração oficial contou com a presença do presidente Lula (PT), que visitou as instalações na sexta (2).

De acordo com o reitor da universidade, a UFABC nasceu da reinvindicação e da luta dos movimentos populares na década de 90 e 2000. “Um movimento que reivindicava a presença de uma unidade pública no ABC”, revela. Hoje, a Federal do ABC conta com alunos de todo o país. Segundo o reitor, 80% dos alunos são da Região Metropolitana de São Paulo. A instituição oferece anualmente 2.100 vagas nos cursos de Engenharia, Bacharelados em Ciências Naturais, Exatas, Ciências Sociais e Humanidades, além das Licenciaturas.

Desde a inauguração, em 2006, a UFABC já conta com 17 mil alunos de graduação e 3 mil alunos de pós-graduação. Hoje, mais de 5 mil alunos frequentam a universidade, em 29 cursos de graduação e 29 programas de pós-graduação. De acordo com a secretária de ensino superior do MEC, Denise Pires, a UFABC está entre as instituições que tem as maiores notas no ENADE. “Os egressos da UFABC estão entre os profissionais com as maiores notas no ENADE”, revela Denise. “Uma instituição moderna, que projeta o Brasil no futuro, em termos de ciência, tecnologia e inovação no mundo. Aqui se faz ensino e pesquisa e extensão de maneira indissociável, como acontece em todas a universidades federais desse país”, afirma a secretária.

Recursos – A secretária de ensino superior do MEC, Denise Pires, comentou que 2015 foi o ano que a UFABC mais recebeu recursos e investimento para infraestrutura. “Nesta época, todo o conjunto de universidades federais tinha destinado para essas instituições mais de R$ 1 bilhão. Em 2019, esses recursos caíram para R$ 550 milhões e no ano seguinte o reitor não tinha dinheiro algum para continuar as obras”. Denise afirma que neste ano MEC recompôs o investimento, porém, abaixo dos R$ 550 milhões que serão destinados às obras inacabadas em universidades federais. 

O reitor Dácio afirma que em 2016, a universidade tinha R$ 40 milhões em recursos de investimento e, em 2017, recebeu apenas R$ 4 milhões, que revela ter sido suficiente apenas para manutenção dos equipamentos.

Infraestrutura – De acordo com o reitor, o campus de São Bernardo não possui um centro poliesportivo, com área de convivência para o aluno. “E isso é importantíssimo na formação do aluno”, revela. Dácio comenta também da necessidade da construção de um acesso à rodovia Anchieta para melhorar a mobilidade no campus. As necessidades já foram apresentadas ao MEC e estão no plano de investimento geral da universidade, além da construção de três novos blocos. “Já temos o projeto executivo, já temos as condições para licitação, só não temos o recurso para isso”, afirma.

De acordo com a secretária de ensino superior do MEC, Denise Pires, a instituição trabalha com orçamento aprovado em 2022 e a PEC da transição permitiu uma recomposição aquém do necessário. “Temos a estratégia de finalizar as obras que estão em execução e que faltam pouco recursos para que elas terminem, em primeiro lugar, e retomada das paralisadas, que têm um impacto importante nas instituições de ensino superior”, finaliza a secretária. 

Foto: Ricardo Stuckert / PR 

Por Nicole Floret - 02/06/23